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Polícia sul-africana mata 34 em mina e alega autodefesa Ação é considerada uma das mais violentas desde o fim do apartheid, em 1994; presidente promete investigação Alguns grevistas dizem que não vão voltar ao trabalho enquanto não houver aumento e ameaçam substitutos DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIASDepois de matar anteontem 34 trabalhadores em greve de uma mina de platina, a polícia sul-africana disse que agiu em autodefesa na operação em que abriu fogo contra os funcionários. A ação foi considerada uma das mais violentas contra um protesto no país desde o fim do apartheid (1994). O porta-voz da polícia da África do Sul, capitão Dennis Adraio, afirmou que os agentes de segurança fizeram todo o possível para evitar o confronto e que há vídeo provando isso. Segundo ele, os policiais usaram gás lacrimogêneo, balas de borracha e bombas de efeito moral, entre outras medidas, antes de começar a atirar contra os grevistas. Pela versão oficial, os agentes estavam tentando dispersar um grupo de cerca de 3.000 trabalhadores, quando alguns deles, armados com machetes, porretes e armas de fabricação caseira, tentaram atacar policiais. Nos seis primeiros dias de greve antes de quinta-feira, dez pessoas já haviam sido mortas: seis grevistas, dois segurança da mina (queimados vivos pelos trabalhadores) e dois policiais. O presidente Jacob Zuma disse estar "chocado e consternado com esta violência sem sentido" e anunciou um inquérito oficial para investigar o caso em Marikana, a 100 km de Johannesburgo. "O inquérito vai nos permitir chegar à verdadeira causa do incidente e tirar as lições necessárias", disse Zuma. "Porém, hoje não é o momento para apontar culpados ou de recriminação." Antes das mortes de anteontem, tanto a polícia como a multinacional britânica Lonmin (terceira maior produtora de platina do mundo) atribuíam a violência a uma disputa entre dois sindicatos. Os funcionários tinham até recebido um alerta de que a greve era ilegal e que eles seriam demitidos se não voltassem hoje. Com as mortes, a empresa britânica suspendeu suas operações no país. Grevistas prometem não retornar ao trabalho enquanto não receberem aumento e chegam a ameaçar de morte os possíveis substitutos. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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