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Análise

São Paulo tem chance única para se consolidar como polo

Comparado a emergentes, Brasil oferece segurança jurídica e vem se beneficiando de estabilidade

PAULO OLIVEIRA
ESPECIAL PARA A FOLHA

São Paulo tem uma chance única de consolidar-se como polo financeiro mundial.

A cidade reúne atributos para isso já que abriga a terceira maior Bolsa do mundo em valor de mercado, a BM&FBovespa, e foi, em 2011, a quarta entre 22 das principais cidades que mais receberam investimentos, segundo a consultoria KPMG.

No mesmo ano, a revista britânica do mercado financeiro "The Banker" classificou São Paulo como terceiro centro financeiro mais promissor do mundo, atrás de Hong Kong e Cingapura.

O conceito de centro financeiro envolve fatores como liquidez, facilidade de acesso, segurança operacional, estabilidade de regras, diversidade de negócios ligados ao setor financeiro e profundidade dos mercados.

Comparado a outros emergentes, o Brasil oferece ainda segurança jurídica e vem se beneficiando de uma estabilidade institucional e de mercado. O país é menos volátil economicamente que nações como os Estados Unidos e o Reino Unido.

Por ter enfrentado, nos anos 1990, uma inflação de mais de 2.000% (1993) e, depois, um saneamento bancário que culminou com a consolidação do setor, o Brasil desenvolveu sistemas que permitem a identificação e a mitigação dos chamados riscos de contraparte e de controle do beneficiário final.

A face mais visível desses sistemas são as câmaras de compensação da Bolsa e a Câmara Interbancária de Pagamentos. Desenvolveu, ainda, um sistema de pagamentos estruturado e um modelo de governança pautado no respeito aos minoritários.

Entre os desafios, estão os de manter o respeito às regras, diminuir a burocracia e aumentar a integração na América Latina. O país é o último entre 183 avaliados pelo Banco Mundial no quesito facilidade para as empresas pagarem impostos.

Há ainda desafios da integração financeira com outras economias emergentes da região e da facilitação dos fluxos de profissionais e professores estrangeiros característicos dos polos financeiros.

Japão e Alemanha, líderes em suas regiões, perderam a chance de se tornar centros financeiros mundiais para Hong Kong/Cingapura e para Londres.

Para São Paulo, esta é a chance.

PAULO OLIVEIRA, 52, é presidente da BRAiN -Brasil Investimentos e Negócios-, associação que visa a atrair investimentos e negócios estrangeiros ao Brasil

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