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Análise

Receita do êxito unia homens violentos a máquinas velozes

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

Para Tony Scott, ser irmão de Ridley foi bom e ruim ao mesmo tempo. Bom porque foi por meio de Ridley, com sua produtora de comerciais, que Scott começou a carreira de diretor. E ruim porque Scott será sempre comparado a um diretor que marcou o cinema com filmes como "Blade Runner" e "Alien - O Oitavo Passageiro".

Mas Tony também não era um diretor qualquer. Nos anos 1980, depois do sucesso mundial de "Top Gun - Ases Indomáveis", tornou-se requisitado para grandes produções hollywoodianas, filmes de ação truculentos e com muitos efeitos especiais.

São odes hipermasculinizadas a carros, aviões e a todo tipo de bólidos. Seu cinema é uma "blitzkrieg" de assalto aos sentidos, que agradou em cheio às plateias.

A receita era simples: uma história policial ou de espionagem, em que homens violentos dirigem carros velozes, pilotam aviões supersônicos ou comandam submarinos nucleares. Tudo embalado por um visual fetichista/publicitário, em que as máquinas eram filmadas como objetos de desejo. Deu certo.

Somados, seus 16 longas faturaram mais de US$ 2 bilhões em todo o mundo.

Seu maior sucesso foi "Top Gun", seguido por "Um Tira da Pesada 2" (1987), com Eddie Murphy, e "Inimigo do Estado" (1998), um "thriller" de espionagem. Outros campeões de bilheteria foram "Dias de Trovão" (1990) e "Maré Vermelha" (1995).

Curiosamente, seus filmes mais cultuados por cinéfilos e críticos foram dois fracassos de bilheteria: o terror gótico "Fome de Viver", com David Bowie e Catherine Deneuve no papel de vampiros, e "Amor à Queima-Roupa", violento drama policial com roteiro de Tarantino.

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