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BC dos EUA dá sinal forte de que fará novo estímulo

Compra de títulos públicos injetaria recursos para ajudar na economia

Técnicos do Congresso americano preveem recessão em 2013 se houver alta de impostos e corte de gasto público

David Becker/Associated Press
Presidente Obama fecha guarda-chuva em base
Presidente Obama fecha guarda-chuva em base

DO “NEW YORK TIMES”
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Fed (Federal Reserve), o banco central dos EUA, está claramente inclinado a deflagrar uma terceira onda de "relaxamento monetário" (recompra de títulos públicos) em breve para estimular o crescimento econômico.

É o que indicam as atas divulgadas ontem sobre as reuniões de 31 de julho e 1º de agosto, quando o Fed discutiu abertamente a compra de papéis do Tesouro americano em poder dos investidores para injetar mais dinheiro na economia.

Essa medida já foi utilizada duas vezes. Na última delas, houve injeção de US$ 600 bilhões na economia.

Muitos integrantes do Fed consideram necessárias medidas monetárias adicionais, a menos que a atividade econômica dê sinais claros de recuperação sustentada.

Os EUA entraram em recessão no fim do governo George W. Bush (2001-09). Na gestão Barack Obama, houve uma ligeira retomada do crescimento, mas a taxa de desemprego mantém-se acima de 8% há mais de 40 meses.

O Federal Reserve também pode manter a taxa de juros de curto prazo (atualmente perto de zero) por mais tempo do que o programado e reduzir a remuneração sobre o dinheiro que as instituições financeiras depositam no banco central.

Nos dois casos, o objetivo é o mesmo: aumentar a concessão de empréstimos a juros mais baixos.

Mas não há consenso. Dennis Lockhart, presidente do Fed de Atlanta -a instituição tem representações regionais-, declarou anteontem que vê riscos no uso demasiadamente agressivo da política monetária como antídoto a problemas que devem ser resolvidos no âmbito fiscal.

Lockhart referia-se ao debate sobre impostos e gastos públicos que domina a campanha eleitoral americana.

Ontem, o Escritório de Orçamento do Congresso afirmou que a recuperação econômica deve continuar "em ritmo modesto" pelo restante deste ano.

CORTES AUTOMÁTICOS

O escritório, que é respeitado pela sua independência, previu nova recessão em 2013 caso os partidos não evitem o que vem sendo chamado de "abismo fiscal".

No dia 1º de janeiro, expiram isenções de impostos e entram em vigor cortes orçamentários, com o objetivo de reduzir o deficit fiscal.

O efeito colateral combinado, no entanto, é a retirada da economia de cerca de US$ 500 bilhões, o que tem um efeito bastante negativo sobre a atividade econômica.

A análise prevê que o "abismo fiscal" provocará contração de 0,5% do PIB e ainda a subida da taxa de desemprego para 9% em 2013.

"A produção econômica poderia ser maior e o desemprego, mais baixo nos próximos anos caso ao menos parte do aperto fiscal previsto sob as leis vigentes fosse removido", afirma o estudo.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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