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Merkel e Hollande endurecem contra Grécia

Chanceler alemã e presidente francês rejeitam pedido de premiê por mais tempo para implementar pacote de cortes

Novos dados divulgados ontem mostram contração da atividade econômica na União Europeia e na China

DE LONDRES
DE PEQUIM

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, afirmaram ontem que o governo da Grécia precisará honrar as reformas prometidas se quiser seguir na zona do euro.

Os líderes das duas maiores economias europeias se reuniram em Berlim para preparar os encontros que terão com o primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras.

Merkel, que hoje receberá Samaras em Berlim, afirmou que é importante manter os compromissos.

Hollande, que se reúne com o líder grego amanhã, declarou seu apoio à permanência do país na zona do euro, mas ressaltou: "Os gregos é que precisam fazer os esforços necessários para atingirmos esse objetivo".

Durante a semana, Samaras expressou o desejo de contar com dois anos a mais de prazo para implementar as medidas de austeridade, dando mais espaço para o crescimento econômico.

O ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, contudo, indicou que isso não deve ser aceito.

Em entrevista a uma rádio, ele afirmou que dar mais tempo para a Grécia significaria gastar mais dinheiro sem resolver os problemas.

A "troica" de credores -FMI, Banco Central Europeu e União Europeia- divulgará no mês que vem um relatório decisivo sobre a implementação do programa de austeridade na Grécia. A avaliação pode resultar até na suspensão da segunda parcela de empréstimo ao país.

RECESSÃO EUROPEIA

Índices divulgados ontem pela consultoria Markit mostraram que a região caminha para uma recessão.

De acordo com o resultado preliminar do PMI (Índice Gerente de Compras, na sigla em inglês), o que mais preocupa o mercado é a queda acentuada da atividade na Alemanha, principal economia do continente. Seu setor de serviços teve o pior resultado dos últimos três anos.

Na China, o cenário econômico também preocupa, apesar das medidas de estímulo baixadas pelo governo.

Desta vez, dados sobre a produção industrial deste mês divulgados ontem indicam que o setor continua no caminho da contração.

O índice preliminar de manufatura de agosto, calculado pelo banco HSBC, caiu para 47,8, contra 49,3 em julho (abaixo de 50 o número indica contração).

Esse índice é calculado a partir de 85% a 90% do total dos dados levantados mensalmente. O número definitivo sai no fim do mês.

O resultado decepcionou analistas, que esperavam uma ligeira recuperação da indústria chinesa em agosto.

"Uma queda dessa magnitude e um nível significativamente abaixo de 50 sem dúvida significam problema", afirmou, em nota, Yao Wei, analista em Hong Kong do banco Société Générale.

Outros números ruins, como nas exportações, reforçam previsões de que o governo chinês seguirá adotando medidas para estimular a economia, incluindo o terceiro corte nos juros.

(RODRIGO RUSSO e FABIANO MAISONNAVE)

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