Militar dá nova versão para morte de Osama

No livro "Não Há Dia Fácil", sobre a operação que matou Osama bin Laden em maio de 2011, Mark Owen contradiz a versão oficial do governo americano sobre como o terrorista foi morto.

Mark Owen seria pseudônimo de Matt Bissonnette, um dos Seals (mergulhadores de elite da Marinha dos EUA) que invadiram o complexo onde o líder da Al Qaeda se escondia no Paquistão e o mataram. "Não Há Dia Fácil" (Editora Paralela) tem lançamento previsto para o próximo dia 4. A Associated Press e o site "Huffington Post" tiveram acesso ao volume.

Bissonnette relata que estava imediatamente atrás de um atirador de elite que subia as escadas do complexo. A "menos de cinco passos" do topo da escada, ele ouviu o som de disparo com silenciador: "Bop. Bop."

O atirador havia visto "um homem espreitando pela porta" do lado direito do corredor. "Eu não podia dizer da minha posição se o alvo tinha sido atingido ou não. O homem desapareceu dentro do quarto escuro", conta.

Na descrição da operação feita à época pelo governo americano, Bin Laden teria sido baleado após mostrar resistência. Segundo o autor, Bin Laden teria recuado para dentro de seu quarto. Os Seals entraram e o encontraram caído no chão, em meio a uma poça de sangue.

Havia um buraco de bala do lado direito de sua cabeça, e duas mulheres se inclinavam sobre seu corpo. Bissonnette diz que o atirador dos Seals afastou as duas mulheres e, com outros fuzileiros, disparou várias vezes no corpo de Bin Laden, até ele parar de se mexer.

Mais tarde, os Seals encontraram duas armas guardadas perto da porta, mas elas não tinham sido tocadas.

Na versão do governo, os Seals atiraram em Bin Laden só depois de ele voltar para o quarto, porque presumiram que ele estaria armado.

Bissonnette diz ainda que um dos Seals teria sentado no corpo de Bin Laden, que foi transportado de helicóptero. A versão do governo é que o corpo foi tratado com dignidade. A Casa Branca não comentou diretamente o relato.

Em e-mail à Associated Press, contudo, o porta-voz Tommy Vietor disse: "Agradecemos aos homens que realizaram essa operação, porque eles exemplificam o profissionalismo, o patriotismo e a coragem sem paralelos dos que servem nosso país".

Porta-vozes da Casa Branca, do Departamento de Defesa e da CIA disseram que não foram consultados sobre a publicação do livro.

Bissonnette corre o risco de ser investigado por vazamento de informações.