Dono do Chelsea vence disputa entre oligarcas russos

Roman Abramovich, proprietário do clube de futebol britânico Chelsea, venceu um caso em um tribunal britânico de recursos contra o oligarca russo rival Bóris Berezovsky, em uma disputa sobre uma suposta dívida de 3 bilhões de libras (R$ 9,6 bi).

Berezovsky, 66, compareceu ao tribunal no centro de Londres para ouvir o veredicto da juíza, que o informou de que seu apelo envolvendo alegações de chantagem, violação de confiança e violação de contrato foi rejeitado.

Abramovich, 45, não foi ao tribunal para ouvir a decisão no julgamento de 10 meses.

Antigo aliado do Kremlin transformado em crítico ferrenho do presidente russo Vladimir Putin, Berezovsky alegou que Abramovich o havia trapaceado em mais de US$ 5 bilhões e o "intimidado" para que vendesse ações em uma companhia russa de petróleo por uma fração de seu valor nominal.

Abramovich continua a ter bom relacionamento com Putin, e afirmava não dever coisa alguma a Berezovsky.

Foi a maior disputa judicial privada na história legal do Reino Unido.

Em seu veredicto, a juíza afirmou que o caso "tinha de ser decidido exclusivamente com base nos fatos". "Não havia grandes questões de interpretação judicial envolvidas. Em última análise, se tratava de um caso no qual o tribunal tinha de decidir se acreditava em Berezovsky ou em Abramovich".

A juíza concluiu afirmando que o oligarca não era confiável. "Tendo por base minha análise de todas as provas, considero que Berezovsky tenha sido uma testemunha nada convincente e inerentemente indigna de confiança, que via a verdade como um conceito transitório e flexível que ele podia moldar para servir aos seus propósitos momentâneos".

"Houve ocasiões em que seu depoimento foi deliberadamente desonesto, e outras em que estava claramente inventando provas, em resposta a dificuldades encontradas para responder às perguntas de maneira compatível com os seus argumentos", acrescentou a juíza.

Abramovich, em contraste, disse que a decisão "ofereceu respostas cuidadosas e ponderadas, que tinham por foco as perguntas que lhe estavam sendo feitas".