EUA alertam China contra 'intimidação' aos vizinhos

Pouco antes de chegar a Pequim, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, advertiu contra o uso de "intimidação" nas disputas marítimas na Ásia, em referência à China.

"Os EUA acreditam firmemente que nenhuma parte deveria tomar qualquer passo que possa aumentar as tensões ou fazer qualquer ação que possa ser vista como coerciva ou intimidatória para impulsionar suas demandas territoriais", disse, na Indonésia.

Clinton respondia a pergunta sobre a criação, pela China, de uma guarnição militar em ilha reivindicada pelo Vietnã.

Trata-se de apenas uma das complexas disputas no mar do Sul da China, que tem estoques pesqueiros e grande potencial para gás e petróleo.

A jornalistas ontem, o porta-voz da Chancelaria Hong Lei disse esperar que "os EUA cumpram suas promessas e façam mais em benefício da paz regional e da estabilidade, não o contrário". A secretária chegou à noite a Pequim, onde se reuniu com o dirigente chinês, Hu Jintao.

Antes do encontro, ela disse que os dois países "são capazes de explorar áreas de concordância e desacordo de forma aberta, o que demonstra a maturidade da relação".

Não houve comentários de ambas as partes sobre a conversa entre Hu e Hillary. A China anunciou, em seguida, o cancelamento da reunião que Hillary teria com o provável sucessor de Hu na transição deste ano, Xi Jinping, atual vice-presidente, por "inesperadas questões de agenda".

A cúpula do Partido Comunista lida atualmente com um imbróglio envolvendo um aliado próximo de Hu. No início do ano, o filho do dirigente Ling Jihua morreu, ao bater sua Ferrari.

Ele estava acompanhado de duas mulheres seminuas. No fim de semana, Ling perdeu o comando do Escritório Geral do Comitê Central. (FABIANO MAISONNAVE)