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EUA querem importar mais estudantes contra a crise

No Brasil, subsecretário de Comércio promove cursos a estrangeiros, que geram US$ 21 bi/ano

ISABEL FLECK
DE SÃO PAULO

A educação é a mais nova arma do governo americano contra a crise. Com uma receita de US$ 21 bilhões gerada por estudantes de fora no ano acadêmico de 2010-2011, os EUA já incluíram o setor entre seus dez principais "serviços" para estrangeiros.

"Educação é um dos nossos produtos de exportação mais importantes. Temos um ambiente acadêmico de ponta e boas faculdades e universidades", disse à Folha o subsecretário de Comércio Francisco Sanchez, em São Paulo.

Escolhido por seu governo para promover, nesta semana, as universidades do país na Feira EducationUSA no Brasil, Sanchez destaca o papel dos estudantes estrangeiros na economia americana.

"Cada estudante que vai aos EUA gasta com a instituição, moradia, despesas pessoais. No curto prazo, o impacto é o de deixar dinheiro no nosso país", afirma. A longo prazo, o resultado, segundo ele, seria o fortalecimento das relações entre os países.

Os brasileiros são vistos como um potencial a ser explorado. Hoje, pouco mais de 8.700 alunos do país estudam nos EUA -apenas 1,2% dos 723 mil estrangeiros. Dos US$ 21 bilhões gerados, só US$257 milhões vieram de brasileiros. Mas a cifra pode crescer.

"O Brasil tem crescido em importância econômica, geopolítica. É um mercado muito importante", avalia Sanchez.

Segundo um estudo da consultoria Bain & Company, um terço das faculdades e universidades dos EUA têm "problemas financeiros reais". Em 2010-2011, Harvard teve um deficit de US$ 130 milhões.

Uma das apostas para acelerar o envio de brasileiros seria o Ciência sem Fronteiras. Porém, o programa federal de concessão de bolsas caminha a passos lentos. Até julho, foram implementadas 5.978 bolsas (6% das 101 mil previstas para quatro anos). Destas, 1.919 foram para os EUA.

"Nosso problema não é nem falta de vaga, mas de proficiência [dos estudantes] na língua", diz o diretor de cooperação institucional do CNPq, Manoel Barral.

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