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Relatório de Israel sobre o Irã vaza e irrita premiê

Binyamin Netanyahu cancelou a 2ª parte de reunião com serviço secreto

Detalhes do encontro da área de segurança foram parar na primeira página do jornal mais lido do país

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

Há um guerra de espionagem na região e as paredes tem ouvidos, mas o que tem preocupado o premiê de Israel é alguém que participa das reuniões mais exclusivas de seu governo.

Irritado com o vazamento de uma discussão sobre o Irã para um jornal israelense, Binyamin Netanyahu cancelou a segunda parte de uma reunião anual com os principais chefes de segurança.

"Um pouco depois da reunião de ontem, uma coisa séria aconteceu", disse o premiê. "Um vazamento das discussões do gabinete. Alguém causou graves danos à confiança que os cidadãos de Israel tem nesse fórum."

O vazamento ocorreu anteontem, quando o gabinete de segurança se reuniu por sete horas para receber o relatório anual dos chefes do Mossad e das outras agências de espionagem do país.

Detalhes da reunião foram parar na primeira página do jornal "Yediot Ahronot", o mais lido de Israel.

Um dos participantes da reunião contou ao jornal que o quadro apresentado sobre avanço do programa nuclear iraniano "é perturbador, mas não assustador".

Nos últimos meses, Netanyahu intensificou o discurso de que Israel não tolerará a bomba atômica iraniana, por considerá-la uma ameaça existencial. Isso aumentou a preocupação sobre um ataque militar israelense.

Irritado, o premiê cancelou a segunda parte da reunião, sem marcar nova data. Uzi Landau, um dos ministros do gabinete de segurança, chegou a defender que os participantes passem por um detector de mentiras.

Vazamentos para a imprensa são comuns na política israelense. Nos anos 70, o grupo humorístico mais famoso do país já fazia sucesso encenando uma paródia de ministros boquirrotos.

A escalada retórica de Netanyahu contra o Irã dos últimos meses tem sido alimentada por informantes anônimos, que dão a impressão de que um ataque é inevitável.

Segundo o "Yediot Ahronot", a reunião de anteontem se concentrou nos relatórios de inteligência e não houve discussão ou votação sobre questões operacionais.

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