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Análise

Meta de crescimento de Hollande é demolida por corte

CATHERINE BREMER
DA REUTERS, EM PARIS

O presidente francês, François Hollande, definiu o final de 2014 como prazo para tirar da crise a economia de seu país, mas os aumentos de impostos que adotou para cumprir as metas quanto ao deficit nacional podem prejudicar o plano de recuperação.

Hollande, em tom combativo, prometeu ao país no domingo que reverteria a alta incansável no desemprego e devolveria o crescimento à economia estagnada em prazo de dois anos, mas o congelamento nos gastos do governo e os aumentos de impostos que devem vigorar a partir de 2013 podem sufocar o crescimento.

O líder socialista também prometeu uma reforma no mercado de trabalho para o ano que vem, com ou sem o apoio dos sindicatos, para adotar proteção mais vigorosa ao emprego dos trabalhadores já contratados e oferecer mais flexibilidade às empresas em suas contratações, duas metas em geral bastante conflitantes.

Mesmo que sua esperança seja elevar seu índice de aprovação junto aos eleitores, que caiu para 44% apenas quatro meses depois de iniciado seu governo, ele encontrará muito mais dificuldades para convencer os economistas.

"A prova do plano seria um retorno ao crescimento, e não creio que isso venha a acontecer", disse George Magnus, assessor econômico sênior do UBS. "Se sua mensagem principal é a de que estamos a caminho de eliminar toda essa confusão em dois anos, creio que esteja propalando uma ilusão.

Ontem, o Banco da França previu que o Produto Interno Bruto (PIB) francês registraria queda de 0,1% no terceiro trimestre.

Ao apostar sua credibilidade em uma meta específica, Nicolas Sarkozy, o predecessor de Hollande, sofreu grave revés. Sua derrota na eleição de maio foi causada em larga medida pelo fracasso em cumprir a promessa feita na campanha presidencial de 2007, de reduzir drasticamente a elevada taxa de desemprego no país.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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