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Netanyahu vê Irã perto da bomba e pressiona Obama

Acusado de omissão por rival republicano na disputa eleitoral, presidente é cobrado por premiê israelense

Em entrevista à TV dos EUA, israelense pede ultimato contra país persa e agrava tensão com líder americano

Vahid Salemi/Associated Press
Mohammad-Ali Jafari, líder da Guarda Revolucionária do Irã, dá entrevista coletiva
Mohammad-Ali Jafari, líder da Guarda Revolucionária do Irã, dá entrevista coletiva

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou ontem que o Irã está a apenas seis meses da construção de armas atômicas. Segundo ele, em 2013 o país persa terá completado "90% do caminho" para obter urânio enriquecido para a bomba.

Embora tenha negado a intromissão na disputa eleitoral, as declarações foram lidas como pressão sobre o presidente dos EUA, Barack Obama, que entra na reta final de uma apertada campanha pela reeleição. Seu adversário, o republicano Mitt Romney, recentemente subiu o tom e o acusou de omissão com o Irã. Netanyahu e Romney são amigos desde os anos 70.

Falando de Jerusalém a redes de televisão americanas, Netanyahu mais uma vez exortou Obama a impor uma "linha vermelha" ao Irã que, uma vez ultrapassada, determine a intervenção militar.

Somadas ao cancelamento, pelo americano, de encontro entre ambos no início do mês, as declarações agravam a recente rusga com os EUA.

Tradicional aliado do Estado judeu, o país reluta, na gestão Obama, em fazer ameaças ostensivas ao regime de Mahmoud Ahmadinejad.

Autoridades americanas discordam das previsões do israelense e acreditam que o Irã precisa, primeiro, decidir sobre a construção da bomba e, depois, trabalhar por mais um ano para obtê-la.

Netanyahu traçou paralelo entre o Irã e os recentes ataques a embaixadas dos EUA: "Você quer que esses fanáticos tenham armas nucleares?". Ele também usou metáforas de futebol americano para sensibilizar o público local: "Eles estão na zona vermelha; não podemos deixá-los cruzar a linha do gol".

Perguntado se cogita agir sozinho, o premiê -que não tem apoio em seu país para um ataque- disse: "Sempre nos reservamos o direito, mas preferimos ações conjuntas que anulem tal necessidade".

No mesmo programa de TV, Susan Rice, embaixadora dos EUA na ONU, disse que diplomacia e sanções econômicas demandam tempo para gerar resultados no Irã. Em agosto, inspetores da ONU relataram que o país possuía 91 kg de urânio enriquecido. Especialistas calculam que sejam necessários de 200 kg a 250 kg para a bomba.

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