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Análise

BC Europeu faria melhor adotando medida similar à do Fed nos EUA

WOLFGANG MÜNCHAU
DO “FINANCIAL TIMES”

Quando ouvi a notícia sobre uma nova rodada de relaxamento quantitativo nos EUA, a primeira coisa que me ocorreu foi que Mario Draghi deveria ter feito o mesmo.

Em lugar disso, o presidente do Banco Central Europeu optou por um programa incondicional de compra de títulos públicos, com data indefinida de início. A economia da zona do euro precisa de um estímulo monetário muito mais definido -e já.

Por ora, o processo de solução da crise na Europa parece ir bem. Mas já começam a se acumular problemas que podem destruir a credibilidade do novo programa.

Mariano Rajoy continua a enviar mensagens conflitantes sobre a adesão de Madri. Mario Monti disse que Roma não aderirá antes da eleição italiana. Há bons motivos políticos para que os líderes não tenham aderido -mas, sem adesões, o novo programa não terá efeito. E Draghi não pode forçar governos a agir.

Mas presumamos que Rajoy e Monti cedam à pressão e optem por participar, sujeitando-se a condições externas. O que o BCE fará quando um novo governo italiano assumir, em 2013, e decidir alterar um pouco o processo de reforma, como os gregos?

Quer o novo programa funcione, quer não, pode haver problemas. Por que não fazer como os americanos? Em vez de um complexo programa de aquisições condicionais de títulos do governo, estímulo monetário de base ampla.

O maior perigo para a zona do euro não está nos tribunais ou nas eleições, mas na rápida deterioração da economia. O relaxamento quantitativo poderia ter sido a melhor -talvez a única- solução para deter a crise.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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