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Eleições EUA

Gafes em série abalam campanha de Romney

Além de criticar pessoas de baixa renda, candidato republicano acusa palestinos de não ter 'interesse' pela paz

Revelações deram origem a enxurrada de críticas, incluindo as de Obama, que capitaliza crise do rival

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Novos trechos de um vídeo com declarações do candidato republicano à Presidência dos EUA, Mitt Romney, divulgados ontem revelam gafe do candidato em relação ao conflito entre Israel e Palestina, abalando sua campanha, a sete semanas da eleição.

Romney diz que "não interessa aos palestinos obter a paz com Israel por razões políticas, [por estarem] comprometidos com a eliminação de Israel". O vídeo foi gravado com câmera oculta num jantar com doadores de campanha em maio na Flórida.

Anteontem, havia sido revelado no site da revista de esquerda "Mother Jones" (publicação bimestral de jornalismo investigativo fundada em 1976 e que vende 203 mil exemplares) trecho em que ele afirma que 47% do eleitorado dependem do governo e não pagam imposto.

As decalarações desencadearam uma avalanche de críticas a Romney, que, no entanto, manteve sua posição.

"A ideia [de Obama] é de um governo maior ainda", disse em entrevista ao canal de TV conservador Fox News.

"Uma sociedade na qual o governo desempenha papel cada vez mais amplo e redistribui dinheiro é o rumo errado para os EUA", afirmou.

Capitalizando a crise que atinge a campanha adversária, Obama criticou as declarações do rival na noite de ontem, no programa de TV do apresentador David Letterman. "Uma coisa que aprendi como presidente é que você representa todo o país", disse Obama.

Ao criticar a dependência do Estado dos "47%", Romney disse não ter interesse nessa parcela do eleitorado, que seria cativa de Obama.

O tom do discurso pode comprometer a imagem de Romney entre os eleitores de centro, considerados cruciais na definição do resultado, num momento em que Obama consolida uma pequena e crescente vantagem nas pesquisas de intenção de voto, após semanas de empate. Pela média de pesquisas do site Real Clear Politics, Obama tinha ontem 48,5%, e Romney, 45,5%.

Entre as críticas feitas ao comentário de Romney está a de que ele instiga a luta de classes, conforme afirmou editorial do "New Yor Times".

Bill Kristol, um dos pais do neoconservadorismo e fundador da respeitada "Weekly Standard", chamou o discurso de Romney de "estúpido".

Estrategistas republicanos, porém, se dividem. Ed Rollins, que trabalhou com o ex-presidente Ronald Reagan, considerou os comentários "um escorregão".

Anteontem, a campanha de Romney tentou, às pressas, conter o estrago. O candidato admitiu ter sido "deselegante", mas não recuou do discurso.

Colaborou LUCIANA COELHO, de Washington

NA INTERNET
Veja o vídeo (em inglês)
folha.com/no1155600

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