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EUA iniciam ofensiva na TV contra vídeo

País tenta se distanciar de filme anti-islã que provocou onda de protestos no mundo; spots são veiculados no Paquistão

Washington teme que atos violentos cresçam hoje, dia sagrado dos muçulmanos; Alemanha e França fecham missões

Aamir Qureshi/France Presse
Policiais em Islamabad improvisam barricada para evitar que protesto contra filme anti-islã se aproxime da Embaixada dos EUA; 20 pessoas se feriram
Policiais em Islamabad improvisam barricada para evitar que protesto contra filme anti-islã se aproxime da Embaixada dos EUA; 20 pessoas se feriram

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Na véspera do dia em que tradicionalmente há tensas manifestações no mundo islâmico, os EUA iniciaram uma ofensiva de mídia para se distanciar de um filme que satiriza o profeta Maomé.

Ontem, o Paquistão foi escolhido pelo governo americano para veicular os primeiros spots de TV em que critica a produção amadora "Inocência dos Muçulmanos".

Há mais de uma semana o filme gera protestos antiamericanos -na sexta passada, eles ocorreram em 19 países e deixaram sete mortos.

O mais grave deles foi em Benghazi, na Líbia, no dia 11, quando quatro americanos, incluindo o embaixador Chris Stevens, morreram, vítimas do que a Casa Branca chamou ontem de "ataque terrorista".

Os spots de 30 segundos em urdu, língua nacional paquistanesa, exibem trechos de discursos do presidente Barack Obama e da secretária de Estado Hillary Clinton, condenando a produção.

As propagandas para a audiência do Paquistão, um aliado de Washington crucial, mas reticente, custaram US$ 70 mil (R$ 140 mil).

"Para nos assegurar de que chegaríamos ao maior número de paquistaneses possível, pensamos que essa era a melhor maneira de fazer", disse Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de Estado.

Mesmo assim, houve protestos ontem em Islamabad, nos quais ao menos 20 pessoas ficaram feridas em confronto com a polícia.

Os EUA, que já haviam retirado pessoal de países do Oriente Médio, decidiram fechar suas representações na Indonésia, país com maior população islâmica mundial.

A embaixada em Jacarta e consulados em três cidades permanecerão lacrados por tempo indeterminado.

FRANÇA, ALEMANHA

França e Alemanha também ordenaram o fechamento hoje de suas missões diplomáticas em países de maioria muçulmana.

O governo francês teme reações à publicação pela revista "Charlie Hebdo" de charges que satirizam Maomé.

Já Berlim diz que a medida é preventiva e uma resposta ao ataque à missão alemã no Sudão, na sexta passada.

Num movimento que pode acirrar os ânimos, a revista satírica alemã "Titanic" anunciou que sua edição de outubro terá uma caricatura de Maomé, enquanto grupos muçulmanos do país convocaram para o fim de semana atos contra "Inocência...".

O filme segue no YouTube, já que a Justiça americana rejeitou ontem um pedido para forçar o site a removê-lo. A corte de Los Angeles não atendeu petição de Cindi Lee Garcia, atriz do vídeo.

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