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Cerco ao Congresso espanhol gera confronto

Ato contra medidas de austeridade no país reuniu 6.000 manifestantes; 32 ficaram feridos após reação da polícia

Na Catalunha, chefe da região pede eleição antecipada para decidir sobre independência; governo central critica

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

Milhares de pessoas se reuniram ontem em Madri, na região próxima ao Congresso, para um protesto contra as medidas de austeridade recentemente implementadas pelo governo central espanhol. Houve confrontos entre manifestantes e a polícia, com pelo menos 23 detenções e 32 pessoas feridas.

O movimento é chamado de 25-S (25 de setembro) e guarda relações com os protestos de jovens, os "indignados", que tomaram o país no ano passado em meio à crise, também chamados de 15-M (alusão a 15 de maio, quando o primeiro deles ocorreu).

Em sua convocação, os manifestantes usavam o slogan "ocupe o Congresso" e prometiam cercá-lo, o que é proibido pela legislação local.

O governo deslocou 1.300 policiais para proteger o prédio, além de 30 das 52 equipes de intervenção policial de todo o país.

Segundo autoridades, a manifestação na capital espanhola reuniu cerca de 6.000 pessoas.

As forças governamentais dispararam balas de borracha contra os manifestantes, que pediam a demissão dos representantes no Congresso e a convocação de novas eleições. Já no ano passado, um dos principais slogans dos "indignados" era a frase "ninguém nos representa".

CATALUNHA

Também ontem, o presidente da Catalunha (uma das 17 regiões autônomas que formam a Espanha) solicitou a convocação de eleições antecipadas do Parlamento local, em novembro, para dar continuidade ao processo de independência.

"É o povo da Catalunha que decidirá com que força e quem deverá guiar esse processo", declarou Artur Mas, para quem a dependência do governo central prejudica a região cada vez mais.

A vice-primeira-ministra da Espanha, Soraya Sáenz de Santamaría, disse que a resposta do governo será "firme e serena" e criticou o plano catalão: "Trata-se de distrair as atenções... só se vai acrescentar mais crise à crise", afirmou Santamaria.

No plano econômico, o governo viu ontem a região de Andaluzia declarar que "muito provavelmente" pedirá

€ 4,9 bilhões ao fundo de resgate destinado a regiões em crise. No início do mês, a região avaliava um empréstimo de € 1 bilhão.

Se o pedido se confirmar, o instrumento recentemente criado por Madri já terá 75% de sua capacidade total, de € 18 bilhões, comprometida.

Além dos € 5 bilhões solicitados pela Catalunha, a região de Valencia pediu € 4,5 bilhões, e Murcia também solicitou empréstimo (menor, de € 300 milhões).

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