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Na ONU, Ahmadinejad critica potências

Presidente do Irã diz que 'ameaça persistente' de Israel de atacar o programa nuclear do país pode ser neutralizada

Mandatário, que deixa cargo em 2013, dedicou sua fala a temas morais na despedida de púlpito das Nações Unidas

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Durante a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, acusou ontem as potências ocidentais e os "sionistas incivilizados", em alusão à Israel, de exercerem uma ameaça nuclear e militar contra seu país.

O discurso de despedida do iraniano no púlpito das Nações Unidas -eleições presidenciais estão previstas para 2013 e ele já não pode concorrer- foi considerado menos ferino que os anteriores.

A maior parte dos 35 minutos da apresentação foi dedicada a temas morais e religiosos e à defesa de uma nova ordem mundial.

Os EUA e o Canadá boicotaram o discurso de Ahmadinejad devido a ataques verbais do iraniano a Israel, cujos diplomatas também não assistiram à sessão.

Havia um constrangimento especial porque a apresentação do iraniano coincidiu com o Yom Kippur (Dia do Perdão), principal celebração do calendário judaico.

Os delegados britânicos, franceses e alemães, no entanto, ficaram para o discurso por não acharem as declarações tão polêmicas.

Durante o discurso, protestos contra Ahmadinejad ocorreram nos arredores da ONU.

PROGRAMA NUCLEAR

"A intimidação pelas armas de destruição em massa por parte dos poderes hegemônicos prevalece", disse.

"A ameaça persistente dos sionistas incivilizados de recorrer a uma ação militar contra nossa grande nação é um exemplo desta amarga realidade", seguiu o iraniano, em referência à ameaça de um ataque israelense às instalações nucleares do país.

Na véspera, o presidente americano, Barack Obama, prometera que os EUA farão tudo para impedir que o Irã tenha armas nucleares.

Ontem, em entrevista, Ahmadinejad disse que seu país é capaz de evitar e neutralizar operações de sabotagem às suas instalações nucleares e repetiu que o país está aberto para o diálogo com os EUA.

O Irã enfrenta crescente pressão internacional sobre seu programa nuclear, que as potências ocidentais asseguram ter objetivos militares -o que Teerã nega.

Os chanceleres de EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha se reunirão hoje, à margem da Assembleia, para tentar relançar o diálogo com Teerã. A China reiterou ontem que se opõe a novas sanções contra o Irã.

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