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Eleições EUA

Após gafes de rival, Obama abre folga nas pesquisas

Site especializado coloca em 80% as chances de ele superar Mitt Romney

Republicano é afetado por vídeo em que menospreza eleitores; campanha é criticada por conservadores

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Se a eleição presidencial americana fosse uma corrida de cavalos, 8 em cada 10 apostadores colocariam seu dinheiro hoje em Barack Obama, e só dois no republicano Mitt Romney. Em 29 de agosto, 55% apostavam no presidente, e 45%, no rival.

Os dados, tirados do site de apostas políticas Intrade, são uma medida pouco ortodoxa das intenções de voto. Mas oferecem um retrato preciso da reviravolta ocorrida na campanha durante setembro.

Até o começo do mês empatado com Obama nas pesquisas, Romney não só começa a ficar ligeiramente para trás como vê, cada dia mais, sua candidatura desacreditada.

Para o estatístico Nate Silver, autor de um blog no "New York Times" celebrado por ter acertado os resultados de 2008, as chances de Obama se reeleger saltaram de 70% no fim de agosto para 84% (ele usa um modelo matemático que inclui várias pesquisas, performance da economia, dados históricos e aprovação presidencial).

"Romney, possivelmente, está perdendo terreno quando devia ganhar", escreve Silver. "E está cada vez mais difícil para ele atribuir os números das pesquisas ao efeito da convenção democrata."

No gráfico do estatístico, as chances de Obama começam a decolar na convenção, de 3 a 6 de setembro, e, em vez de recuarem um pouco, como é praxe, mantêm-se em alta com dois eventos.

O primeiro é o assassinato do embaixador dos EUA na Líbia, dia 11, quando Romney se enrola sem seus comentários e é criticado na mídia.

Quando vem à tona um vídeo de um jantar com doadores de campanha no qual o republicano desdenha 47% do eleitorado e acusa essa fatia de querer ser "dependente" do governo, no dia 17, a fé em suas chances desaba.

Colunistas conservadores como Peggy Noonan, do "Wall Street Journal", e Bill Kristol, da "Weekly Standard", passam a cobrar da campanha uma revisão de rumo, e, mais grave, as doações começam a estancar.

"Integrantes da campanha [republicana] acham que o fato de o eleitor ir ou não com a cara de Romney é o menor dos problemas", escreveram Mike Allen e Jonathan Martin no site especializado Politico em longa reportagem ontem sobre os erros do candidato.

"O pior é a sensação de que ele não está confortável consigo mesmo -ou ao menos com a versão conservadora, inflexível que criou para conquistar a candidatura."

Paralelamente, Obama registrou no pós-convenção sua melhor aprovação média mensal na aferição do Gallup, 49,4%, desde a morte de Osama bin Laden, em maio de 2011, quando atingiu 49,9% -um ponto fora da curva.

A maioria das pesquisas nos Estados decisivos também passou a lhe dar uma margem mais confortável.

Faltam 38 dias para a eleição, e, em outubro, os candidatos farão três debates -vitais para Romney fazer eleitores e financiadores acreditarem que tem chances.

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