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México mata líder de cartel, e criminosos roubam corpo

Heriberto Lazcano havia sido morto durante tiroteio no norte mexicano

Chefe do cartel Los Zetas era um dos mais procurados do país; mascarados levaram cadáver de funerária

Marinha do México/AFP
Corpo de Lazcano na funerária, antes de ser roubado
Corpo de Lazcano na funerária, antes de ser roubado

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

As autoridades mexicanas confirmaram ontem ter matado no último domingo Heriberto Lazcano, líder dos Zetas, violento cartel de drogas que atua no país.

O que seria uma vitória do governo contra o narcotráfico, porém, se transformou em um vexame após o corpo de Lazcano ter sido roubado da funerária -junto com o cadáver de um suposto integrante do grupo morto na mesma operação- anteontem.

"Homens mascarados e armados renderam os guardas, pegaram os corpos de Lazcano e do outro membro [dos Zetas] e obrigaram o dono da funerária a dirigir o veículo", declarou Homero Ramos, procurador de Justiça de Coahuila, Estado onde se deu a ação militar.

A morte de Lazcano ocorreu na área rural da cidade de Progreso, a 125 km da fronteira com os EUA.

A Marinha havia recebido denúncias de que homens armados estariam na região e mandou uma patrulha ao local -a força de segurança, considerada a mais bem preparada do país, tem assumido as operações de grande porte mais recentes na guerra contra o narcotráfico.

Os fuzileiros foram recebidos com uma granada lançada de um carro em movimento, ferindo um deles, sem risco de morte. Os dois integrantes dos Zetas morreram no tiroteio que se seguiu.

Lazcano foi reconhecido pelas impressões digitais. No carro onde ele estava, foram encontrados ainda lançadores de granadas, 12 artefatos explosivos e dois rifles.

O chefe dos Zetas era o segundo homem mais procurado do México e também foragido da Justiça dos EUA, que pagavam US$ 5 milhões por sua cabeça.

Sua morte é o maior feito da luta contra os cartéis desde que o presidente Felipe Calderón -que deixa o cargo em dezembro para seu sucessor, Enrique Peña Nieto- declarou guerra ao crime organizado, em 2006.

O revés das autoridades, contudo, não é o primeiro. Os próprios Zetas (leia mais ao lado) são suspeitos de terem planejado a fuga de 131 prisioneiros de uma penitenciária em Piedras Negras, no mês passado.

Em outro episódio vergonhoso para as autoridades, em junho, a Marinha afirmou ter capturado o filho de Joaquín Guzmán, chefe do cartel de Sinaloa e homem mais procurado do país.

Os promotores se retrataram depois, atestando que haviam prendido outro homem no lugar.

Anteontem, porém, o governo anunciou um êxito no combate aos Zetas com a prisão de Salvador Alfonso Martinez, chefe regional da facção envolvido em uma fuga de 151 prisioneiros, em 2010, de uma prisão em Nuevo Laredo e na morte de um cidadão norte-americano.

Outro cabeça do grupo, Iván Velázquez Caballero, conhecido como "El Talibán", havia sido detido no fim do mês passado. Dois líderes do cartel do Golfo também foram pegos recentemente: Jorge Eduardo Costilla Sanchez e Mario Cárdenas Guillén.

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