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Merkel faz visita à Grécia e é recebida com protestos

Apontada como culpada por medidas de austeridade, premiê tenta conciliação

Conflito entre a polícia e manifestantes acaba com cerca de 300 presos e 30 feridos; segurança envolveu 6.000 agentes

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A chanceler (premiê) da Alemanha, Angela Merkel, visitou ontem a Grécia pela primeira vez desde a eclosão da crise na eurozona, três anos atrás -e sua presença provocou protestos em Atenas, que resultaram em 30 pessoas feridas ou intoxicadas por gás lacrimogêneo e 300 presas.

Apontada como culpada pelas pesadas medidas de austeridade impostas aos gregos para que sua economia receba pacotes de socorro da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional) -ao todo, superiores a US$ 260 bilhões-, Merkel adotou tom de conciliação.

"Tenho total consciência de que o período pelo qual a Grécia está passando é extremamente difícil e muitas pessoas têm sofrido", disse a premiê em entrevista ao lado de seu colega grego, Antonis Samaras, a curta distância dos protestos na praça Syntagma.

"Exatamente por isso, eu gostaria de dizer que boa parte do caminho [da recuperação] já foi percorrida", acrescentou Merkel, que reafirmou seu compromisso de manter os gregos na zona do euro.

Apesar das palavras conciliatórias, Merkel não acenou com nenhum tipo de ajuda antes do relatório da "troica" (UE, FMI e Banco Central Europeu) que decidirá, em novembro, sobre empréstimo de € 31,5 bilhões (US$ 40,9 bilhões) para que a Grécia cumpra obrigações financeiras.

"O relatório da 'troica' será divulgado quando estiver pronto. Ser minucioso é melhor do que ser apressado", afirmou a chanceler alemã.

Para seus críticos, a visita de Merkel a Atenas visa neutralizar ataques da oposição, que a acusa de negligenciar a situação grega e insistir na imposição de cortes drásticos de gastos. A Alemanha fará eleição parlamentar em 2013.

'COLÔNIA'

A visita de Merkel, que durou seis horas, teve proteção de cerca de 6.000 policiais, incluindo unidades antiterrorismo e atiradores no alto de prédios. As manifestações contra a premiê levaram dezenas de milhares de pessoas às ruas da capital grega.

Os manifestantes levaram faixas com dizeres como "fora, Merkel -a Grécia não é sua colônia", e um pequeno grupo usando uniformes da Segunda Guerra fez a saudação nazista para a chanceler.

Houve conflito com a polícia quando um grupo tentou romper o cordão de isolamento em torno da área onde Merkel e Samaras se reuniam. Pedras e garrafas foram atiradas nos policiais, que revidaram com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral.

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