Índice geral Mundo
Mundo
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Premiê israelense antecipa eleições gerais

Objetivo de Netanyahu é aproveitar sua popularidade em alta e a fragilidade da oposição para obter novo mandato

Em curto discurso na TV, primeiro-ministro citou programa nuclear do Irã como motivo para unidade israelense

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, anunciou ontem a antecipação das eleições gerais. Elas deverão ocorrer em janeiro, nove meses antes do prazo.

A decisão dá aos adversários de Netanyahu a chance de tirar do poder a coalizão de direita que tomou posse em 2009, mas pesquisas indicam que a tarefa é difícil.

O premiê afirmou que quer eleições "o quanto antes", para evitar uma longa campanha eleitoral que paralisaria o país. Para analistas, Netanyahu tenta aproveitar a dianteira nas pesquisas e a fragilidade da oposição para garantir um novo mandato.

Ao explicar a decisão, o premiê alegou dificuldades para aprovar o Orçamento do Estado de 2013 e levar adiante os cortes necessários, em meio a disputas entre os partidos de sua coalizão.

Num curto pronunciamento na TV, considerado o primeiro discurso da campanha, Netanyahu citou o programa nuclear do Irã e a instabilidade causada pelas revoltas árabes como desafios que exigem um governo com apoio popular reforçado.

"Diante da turbulência que nos cerca, é minha obrigação como primeiro-ministro colocar o interesse nacional acima de tudo", disse.

As últimas pesquisas indicam que o premiê poderia formar um novo governo com um bloco de 70 dos 120 deputados do Knesset (Parlamento), quatro a mais que na coalizão de hoje.

Além do desejo de aproveitar o momento de popularidade para aumentar a bancada de seu partido, o Likud, Netanyahu é guiado pelo calendário do programa nuclear iraniano, segundo estimam analistas.

Há duas semanas, ele disse na Assembleia-Geral da ONU que, se continuar no ritmo atual de enriquecimento de urânio, o Irã ficará próximo da bomba atômica até o meio de 2013.

O prazo foi interpretado em Israel como um novo ultimato para um possível ataque israelense aos iranianos.

PRAZO

"O premiê quer garantir um novo mandato para estar fortalecido politicamente quando esse prazo vencer", disse Raviv Druker, do canal 10 da TV israelense.

Em maio, Netanyahu já havia ameaçado antecipar as eleições, mas desistiu ao formar uma supermaioria com o centrista Kadima -a aliança durou poucas semanas.

No lado da oposição, é difícil enxergar hoje algum partido que possa derrotar o Likud. Mas especula-se que o ex-premiê Ehud Olmert, recentemente inocentado de processos por corrupção, desafie Netanyahu nas urnas.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.