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Patriota fica em região árabe e irrita Israel

DE JERUSALÉM

Não é nenhuma guinada diplomática do Brasil, mas a primeira visita de Antonio Patriota a Israel como chanceler, que começa na próxima sexta, terá uma mudança simbólica que não escapou ao governo israelense.

Patriota decidiu se hospedar uma noite no tradicional hotel American Colony, na parte árabe de Jerusalém.

O lado oriental, ocupado por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, é reivindicado pelos palestinos para o estabelecimento de sua capital.

Em geral, dignitários em visita se hospedam no lado ocidental, e esse também era o costume brasileiro.

O ex-chanceler Celso Amorim e o ex-presidente Lula costumavam se hospedar no histórico hotel King David, o mais famoso da parte ocidental de Jerusalém.

Numa cidade repleta de simbolismos e sensibilidades políticas e religiosas, a opção de Patriota pela parte árabe da cidade causou incômodo no governo israelense.

O discurso oficial é que não faz diferença, já que Israel considera Jerusalém inteira a capital do Estado judaico.

A agenda do chanceler não revela o incômodo, já que ele será recebido pelo presidente Shimon Peres e pelo premiê Binyamin Netanyahu.

Mas a escolha de Patriota é vista como uma mensagem política, que reforça o apoio brasileiro à causa palestina.

"É uma alfinetada inexplicável do governo brasileiro", disse à Folha uma fonte do governo israelense, que pediu para não ser identificada. "Nem Amorim fez isso."

Em sua última visita a Israel como chanceler, em 2010, Amorim manteve encontros com opositores israelenses e dirigentes palestinos no American Colony, mas se hospedou no King David. O Brasil, assim como a maioria da comunidade internacional, vê Jerusalém oriental como território ocupado.

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