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Turquia intercepta avião civil sírio e confisca carga

Voo da Syrianair,de Moscou a Damasco, foi obrigado a pousar em Ancara

Chanceler turco disse que país suspeitava de tráfico de armas da Rússia, aliada de Assad; país condenou ocorrido

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Caças turcos forçaram um avião de passageiros de uma companhia aérea síria com destino a Damasco a aterrissar em Ancara ontem, sob suspeita de carregar armas.

O Airbus A320 da Syrianair vindo de Moscou foi interceptado e escoltado assim que entrou no espaço aéreo turco, de acordo com relato da TV estatal TRT.

Horas depois do pouso, o país anunciou o confisco de um carregamento considerado suspeito.

"Há um carregamento ilegal a bordo do avião, que deveria ter sido assinalado conforme a regulamentação da aviação civil", declarou o ministro de Relações Exteriores do país, Ahmet Davutoglu, segundo a agência estatal de notícias Anadolu.

O jornal local "Hurriyet" afirmou em seu site, citando oficiais não identificados da Inteligência, que os equipamentos apreendidos eram instrumentos de comunicação. Já a emissora NTV reportou que havia partes de mísseis sendo transportadas.

O governo confirmou que a aeronave partiu, após nove horas de retenção em Ancara, para a capital síria, sem o equipamento retido.

"Estamos determinados a controlar a transferência de armas para um país que realiza massacres brutais contra civis. É inaceitável que esse tipo de tráfego ocorra em nosso espaço aéreo", havia declarado Davutoglu, que estava em Atenas, logo após a chegada da aeronave na capital turca.

TENSÃO NA FRONTEIRA

O atrito acontece num período de escalada da tensão entre Turquia e Síria, que vive uma guerra civil há 18 meses. Os dois países chegaram a trocar disparos de artilharia sobre a fronteira na semana passada, após um míssil sírio cruzar a divisa e matar cinco civis em Akçakale.

A NTV disse haver 37 pessoas no avião -o modelo pode comportar até 179 passageiros, dependendo da configuração, de acordo com a companhia.

A Chancelaria russa disse que havia 17 cidadãos russos a bordo, incluindo crianças. O país chegou a despachar diplomatas a Ancara para assegurar "a defesa de seus interesses [dos passageiros]".

O presidente russo, Vladimir Putin, condenou a manobra da Turquia.

Ao mesmo tempo em que ocorria a escolta, autoridades de aviação turcas emitiram uma ordem com efeito imediato declarando o espaço aéreo sírio inseguro e impedindo que aeronaves turcas sobrevoassem o país.

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