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Islamitas e liberais se enfrentam no Egito

Confrontos entre manifestantes contra e a favor do presidente egípcio deixaram ao menos 110 feridos na praça Tahrir

Episódio violento foi o primeiro do tipo desde que islamita Mohamed Mursi assumiu o poder, há mais de três meses

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Milhares de apoiadores e oponentes do presidente egípcio, Mohamed Mursi, entraram em confronto ontem na praça Tahrir, na capital do país, o Cairo.

Grupos rivais de manifestantes islamistas e liberais se enfrentaram com pedras, pedaços de concreto, paus e socos por várias horas. Dois ônibus foram incendiados.

O Ministério de Defesa afirmou que 110 ficaram feridos no primeiro episódio de violência do tipo desde que Mursi assumiu o governo, há mais de três meses.

Agências de notícias falam em mais de 200 feridos.

O embate foi uma demonstração dos desentendimentos remanescentes entre as facções que participaram da revolução que derrubou o ditador Hosni Mubarak, em 2011.

O protesto contrário ao governo foi convocado por cerca de 20 grupos liberais e revolucionários, com o objetivo de cobrar Mursi por promessas não cumpridas, como a limpeza das cidades e melhorias no caótico trânsito.

Os liberais querem ainda maior diversidade na Assembleia Constituinte que desenha a nova Constituição do país, composta por vários islamitas.

Já a manifestação governista foi convocada pela Irmandade Muçulmana, antigo partido de Mursi, contra a absolvição de 24 ex-funcionários do regime de Mubarak acusados de ordenar um violento ataque contra manifestantes, nos protestos de 2011.

O ato pedia ainda reformas judiciais e declarou apoio à decisão de Mursi de demitir o procurador-geral, que vinha sendo criticado por minimizar as acusações contra membros do antigo regime.

PALCO

Segundo testemunhas, o estopim da violência foi quando um jovem subiu em um palco montado na praça e começou a gritar pela queda do "governo do guia espiritual", sugerindo que Mursi se submete ao líder da Irmandade, Mohamed Badie.

Nesse momento, jovens do partido atacaram o palco, aos gritos de "há homens valentes por trás de Mursi".

Os dois grupos, então, começaram a se enfrentar pelo controle da praça Tahrir.

Horas depois, com o agravamento dos confrontos, os organizadores dos dois protestos decidiram retirar seus partidários da praça.

Em comunicado, a Irmandade condenou os confrontos, que atribuiu aos manifestantes da oposição.

A polícia, acusada de violência na resposta aos protestos contra a ditadura de Mubarak, não interveio.

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