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Para professor, fatores culturais explicam as mudanças no país

DA ENVIADA A MONTEVIDÉU

Para Antonio Perez García, professor de psicologia social da Universidad de la República, o bom acolhimento de leis liberais no Uruguai não é uma novidade e está explicada por fatores culturais.

"Nunca fomos um país da cristandade. A igreja aqui se estabeleceu muito tarde. E Montevidéu é uma cidade de porto, sempre muito aberta a estrangeiros", resume.

Perez García faz referência aos tempos em que a cidade vivia muito do contrabando, durante a colonização espanhola. E também ao período em que passou sitiada, no século 19, resistindo a forças argentinas por meio da luta de imigrantes estrangeiros.

"Desde então, tivemos muita influência de ideias inglesas, holandesas, italianas. Isso, associado ao fato de que a religião católica nunca conseguiu se impor muito, faz com que comparativamente a outros países da América Latina tenhamos um olhar mais acolhedor e menos restritivo", argumenta.

Para Oscar Vilhena, professor da Fundação Getulio Vargas, o Uruguai está dando passos em sintonia com o atual estágio do debate sobre drogas em nível regional.

"O discurso de combater pela força vigorou nos últimos 40 anos, mas agora a ideia de que a estratégia fracassou está se impondo", diz.

"Não vejo o Brasil muito distante de chegar a esse nível de debate. É positivo que comece na América do Sul num país como o Uruguai, pequeno e próximo ao Brasil. Terá efeito positivo na discussão aqui", acrescenta.

(SC)

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