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Atrasos e receios rondam diálogo entre Farc e Bogotá

Comitivas de ambos os lados demoram a chegar a Oslo, que sediará as negociações de paz a partir de amanhã

Guerrilheiros alegaram dificuldades logísticas, mas não negam o temor de que sejam presos ao desembarcar na Europa

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Dificuldades logísticas atrasaram as chegadas das delegações das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e do governo colombiano a Oslo, onde se dará a primeira rodada de negociação da nova tentativa de resolução do conflito.

Apesar disso, a Noruega garantiu que a abertura da mesa de diálogo se daria amanhã -data acordada previamente entre as partes.

Em entrevista ao canal de TV RCN e à rádio La FM, ambos colombianos, o líder da guerrilha, Rodrigo Londoño Echeverri, o Timochenko, confirmou que o grupo teve problemas "logísticos e metereológicos", que atrapalharam a saída do número dois das Farc, Iván Márquez, da zona de conflito.

Segundo Timochenko, a remoção de Márquez -que chefiará a negociação e que, acredita-se, se encontrava na Venezuela- foi atrasada devido a dificuldades na travessia de um rio.

O mau tempo em Bogotá também provocou atrasos em voos do aeroporto da capital colombiana.

Também pesa sobre as Farc o receio de que membros de sua delegação com mandados de prisão emitidos no exterior possam ser detidos ao chegar a Oslo.

"Quem tiver uma ordem de prisão vigente está correndo riscos onde quer que esteja, por isso é fundamental suspendê-las para tornar possível nossa presença na mesa, visto que já houve algumas dificuldades", declarou Timochenko.

De acordo com o jornal espanhol "El País", questionada sobre a possibilidade de detenção dos procurados pela Interpol, uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores norueguês assegurou a liberdade aos guerrilheiros.

"A Noruega é muito consciente de suas obrigações ante a lei internacional. O papel da Noruega como facilitadora [das negociações] é totalmente compatível com essas obrigações", disse.

Um dos procurados pela Interpol que integrarão a mesa de negociação é a guerrilheira e cidadã holandesa Tanja Nijmeijer, 34.

Nijmeijer é acusada pelos EUA de sequestro de três cidadãos norte-americanos, libertados em 2008, na mesma operação em que foi solta a política Ingrid Betancourt.

"Alexandra [codinome de Nijmeijer] faz parte de nossa delegação. Como cada um dos membros da comitiva, ela tem uma tarefa concreta a realizar no desenvolvimento das conversas com o governo", disse Timochenko.

Nijmeijer foi o último nome confirmado pelas Farc. A imprensa colombiana especulou que seu anúncio poderia ter desagradado ao governo, por ela não ser cidadã colombiana, motivando o atraso da chegada da delegação a Oslo.

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