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Lado a lado, Colômbia e Farc falam de paz

Representantes aparecem juntos pela primeira vez em uma década na Noruega, para tratar das negociações

Encontro breve foi marcado por troca de farpas entre as partes; número 2 da guerrilha atacou "paz express"

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Representantes do governo da Colômbia e das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) surgiram lado a lado ontem pela primeira vez em uma década, para tratar do início das negociações de paz.

Nos arredores de Oslo, guerrilheiros em trajes formais e representantes do governo fizeram aparição breve, simbólica e marcada, como esperado, pela profunda diferença de retórica entre os que tentam encerrar o conflito mais antigo das Américas.

Noruega e Cuba são países "fiadores" do diálogo, que está na segunda fase -a primeira, encerrada em setembro, foi acordar a agenda de discussão.

As delegações chegaram em Oslo anteontem e tiveram uma reunião a portas fechadas que durou sete horas.

No ato de ontem, anunciaram nova reunião preparatória para o dia 5 de novembro em Havana.

No dia 15, na mesma cidade, começarão de fato a discutir o primeiro ponto da negociação: a questão agrária, exigência da guerrilha de origem marxista que se financia com o narcotráfico.

Pelo governo colombiano, o ex-vice-presidente Humberto de la Calle disse buscar "tratamento digno mútuo", mas disse que o modelo econômico não estava na pauta das negociações.

Afirmou que o governo do país reconhece a desigualdade -terceira maior da América Latina- e quer "mudança social".

O presidente Juan Manuel Santos já disse que tentará encurtar ao máximo as conversas e paralisá-las se não houver avanços.

Com o novo diálogo, após o fracasso das negociações de 1999-2002, Santos faz aposta alta e, se falhar, pode ver ameaçados seus planos de rese eleger em 2014.

Já as Farc, debilitadas na última década, sinalizaram que tempo não é um problema. De blusa sem gravata e blazer, o número 2 da guerrilha, Iván Márquez, discursou por 35 minutos -mais que o dobro de La Calle- e se disse contra uma "paz express".

Ao menos dois negociadores não foram à reunião de ontem, mas devem fazer parte das próximas.

Pelo governo, o general reformado Óscar Naranjo. Pelas Farc, a guerrilheira Tanja Nijmeijer, de origem holandesa.

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