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Punição a cientistas gera renúncia na Itália

Cúpula do órgão que cuida de acidentes se demite após especialistas terem sido condenados por não prever tremor

Presidente da comissão diz que condições de trabalho são difíceis; Juntamente com ele outros dois saíram

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Integrantes da cúpula da Comissão Nacional para a Previsão e Prevenção de Riscos da Itália renunciaram ontem aos seus cargos em protesto contra a condenação à prisão de sete cientistas do órgão por não terem previsto o terremoto de L'Aquila, em 2009, que matou mais de 300 pessoas. Eles vão recorrer em liberdade.

O presidente da comissão, Luciano Maiani, justificou sua renúncia dizendo que o órgão não pode funcionar "nessas condições difíceis", fazendo referência a declaração da Promotoria que afirmou que os cientistas falharam em suas funções.

Além de Maiani, também pediram demissão o vice-presidente da comissão, Mauro Rosi, e o presidente emérito, Guiseppe Zamberletti.

Um tribunal italiano condenou os cientistas a seis anos de prisão, por homicídio culposo, considerando-os negligentes por não terem analisado corretamente as chances do terremoto acontecer e, assim, alertar as autoridades para que providências pudessem ser tomadas para proteger a população.

Cientistas do mundo inteiro protestaram contra a decisão do tribunal, alegando que a ciência não possui meios para prever precisamente a ocorrência de terremotos.

PROTESTOS

No mesmo dia do anúncio da sentença, uma carta assinada por mais de 5.000 cientistas em apoio aos réus foi entregue ao presidente italiano, Giorgio Napolitano.

Além das mortes, o terremoto de magnitude 6,3 graus que atingiu a cidade de L'Aquila, na região de Abruzzo, feriu outras 1.500 pessoas e, segundo estimativas, deixou aproximadamente 65 mil desabrigadas.

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