Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Los Angeles decidirá se ator pornô deve usar camisinha

DE LOS ANGELES

O ex-ator pornô americano Darren James estava no auge da carreira quando recebeu o telefonema que mudou sua vida: seu teste de HIV havia dado positivo após uma viagem para filmagens no Brasil. Era 2004, e a bilionária indústria do cinema pornô ficou paralisada por um mês.

Oito anos depois, James é o rosto da campanha do "sim" no referendo que perguntará aos eleitores do condado de Los Angeles se atores pornôs devem ser obrigados a usar camisinha nas cenas de sexo.

A proposta faria com que produtores tivessem que obter licença de saúde pública, como lojas de tatuagem.

Hoje, atores e atrizes precisam passar por testes a cada 30 dias para poder trabalhar e prevenir propagação de doenças sexuais.

Oponentes do referendo, entre os quais poderosos como Larry Flynt, dizem que o esquema funciona, embora tenha falhado diversas vezes, como aconteceu com James, que acabou infectando três atrizes americanas em 2004.

Em 2009, um caso semelhante fez manchetes e, em agosto passado, um surto de sífilis interrompeu filmagens.

"É um mundo sujo, mas não estou tentando acabar com ele e sim proteger seus atores", disse James à Folha, que hoje é conselheiro da Aids Healthcare Foundation, proponente do plebiscito.

"Hoje está pior, há mais exposição, os atores reclamam comigo porque não têm coragem de falar publicamente."

A região de San Fernando Valley, em Los Angeles, é pioneira em filmes pornográficos desde os anos 1970 e concentra praticamente toda a produção legal do país. Se der "sim" nas urnas, estúdios prometem cruzar a linha do condado e levar embora seus mais de 4.000 filmes e 10.000 empregos.

No final dos anos 1990, após uma atriz contrair HIV, a indústria passou a obrigar uso de camisinhas, mas a venda dos filmes caiu 30%. "O público não compra pornô com camisinha", diz o porta-voz da campanha do "não", James Lee.

Enquanto a Hungria foi culpada pelo recente surto de sífilis, o Brasil foi o vilão da vez quando James contraiu o vírus em 2004. Na época, ele havia feito cenas com uma atriz carioca, que depois também testou positivo para HIV.

"Lembro vagamente dela. Tive perda de memória e nunca conversei sobre o que aconteceu até recentemente", disse James, que tentou se matar. "Não dá para saber [se foi ela quem me infectou]. As brasileiras são muito profissionais, mas eles [indústria americana] precisam culpar alguém."

"Todo mundo gosta de filmar no Brasil, esta é a hipocrisia. A única razão pela qual fazem cenas sem camisinha no Brasil é porque empresas americanas vão lá e exigem."

Mais da metade de 400 pessoas entrevistadas no começo de outubro disse que votariam "sim" na proposta, com 32% que disseram que não.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página