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Com alvo no Hamas, Israel mata 25 civis

Apesar de redução na frequência dos ataques, Gaza tem o dia mais sangrento desde início da ofensiva, na quarta

Morte de 12 pessoas de uma mesma família por míssil israelense deve elevar pressão ao país para aceitar cessar-fogo

Tyler Hicks/"The New York Times"
Palestinos fazem busca por sobreviventes em prédio destruído em Gaza por ataque israelense que matou 12 pessoas
Palestinos fazem busca por sobreviventes em prédio destruído em Gaza por ataque israelense que matou 12 pessoas
MARCELO NINIO ENVIADO ESPECIAL À FAIXA DE GAZA

Onde havia um prédio de três andares, numa rua estreita de Gaza, restou uma montanha de escombros e fumaça, trazendo de volta as piores imagens da ofensiva de Israel no território palestino de quatro anos atrás.

A devastação foi causada ontem por um míssil israelense, que matou 12 civis de uma mesma família, entre eles quatro crianças e cinco mulheres, segundo médicos palestinos.

Foi o ataque mais sangrento desde o início da atual operação militar israelense na faixa de Gaza -que hoje entra em seu sexto dia- e deve aumentar a pressão internacional para que Israel aceite o cessar-fogo negociado pelo governo do Egito.

A aviação israelense também atingiu dois prédios usados por veículos de imprensa locais e estrangeiros, ferindo seis jornalistas palestinos.

Uma porta-voz do Exército disse que o alvo foi uma torre de transmissão usada pelo Hamas, e acusou o grupo islâmico de usar jornalistas como "escudos humanos".

Em declarações feitas antes do ataque, o presidente dos EUA, Barack Obama, manifestou apoio a Israel.

"Nenhum país do mundo toleraria uma chuva de mísseis sobre seus cidadãos", disse Obama. Contudo, o presidente disse ser "preferível" evitar uma incursão terrestre.

Segundo Israel, o alvo do ataque que reduziu a pó o prédio de três andares era Jamal Dalou, um militante do grupo islâmico Hamas envolvido no disparo de foguetes.

Para os vizinhos revoltados que escalavam os escombros em busca de sobreviventes, pouco importava.

"Não sei se ele era ligado ao Hamas", desconversou o comerciário Ibrahim, 25, com a camisa coberta de poeira. "Esse é um ataque criminoso e espero que muitos foguetes atinjam Tel Aviv e todas as cidades de Israel até que o país seja riscado do mapa."

O desejo de vingança era alimentado por intermitentes imagens de arquivo de foguetes sendo lançados contra Israel no canal de TV do Hamas, grupo islâmico que controla a faixa de Gaza. "O massacre da família Dalou não ficará sem punição", prometeu o grupo, em um comunicado emitido de local desconhecido.

Desde o início da ofensiva, quando um ataque aéreo israelense matou o comandante militar do Hamas, Ahmed Jabari, os dirigentes do grupo islâmico sumiram em abrigos subterrâneos, temendo novas execuções.

OFENSIVA

Após uma noite de intensos bombardeios, a aviação israelense reduziu a frequência dos ataques ontem, que caíram de 200, em média, para cerca de 50. Apesar disso, 24 palestinos foram mortos, o maior número até agora num único dia da ofensiva, elevando o total para 70.

Além de depósitos de armas e lançadores de mísseis, militantes do Hamas e de outros grupos extremistas passaram a ser alvos prioritários. Somente ontem, sete casas de membros do Hamas foram atacadas.

Em uma delas, no norte de Gaza, os vizinhos foram acordados às 2 h com um telefonema do Exército israelense, recomendando que saíssem de perto, porque um ataque era iminente.

"Um vizinho recebeu a ligação", disse o professor de inglês Mostafa Rayan, 57, que saiu de casa às pressas. "Sete minutos depois, um míssil arrasou o prédio."


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