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Em meio à crise, Grécia decide líder de governo de coalizão

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

08h12 - Após selar um acordo com opositores, o primeiro-ministro grego, George Papandreou, deixa nesta segunda-feira o cargo para que ocorra a formação de uma nova coalizão governamental, segundo anunciou o gabinete do presidente no domingo.

As conversas continuam com o líder da oposição, Antonis Samaras, durante esta segunda para que haja a definição de quem será o líder do novo governo. Um ex-vice-presidente do BCE (Banco Central Europeu), Lucas Papademos, é o nome favorito para se tornar o novo premiê, de acordo com a imprensa local.

A crise que abalou Papandreou na liderança veio na semana passada após uma tentativa de convocar um referendo sobre o resgate europeu à Grécia.

Os maiores partidos políticos da Grécia concordaram também em realizar eleições antecipadas no próximo dia 19 de fevereiro, segundo anunciou o ministro das Finanças do país, Evangelos Venizelos. A data marcada deve dar tempo suficiente ao novo governo grego para completar o prazo de redução da dívida do país, como parte de um acordo feito com a UE (União Europeia) em 26 de outubro.

O acordo por um novo governo foi fechado ontem em uma tentativa de se fazer aprovar a ajuda internacional contra a crise financeira que assola o país, mas poucos detalhes foram dados, apesar de um ultimato da UE para Atenas levar a sério seus problemas.

Os líderes da UE tentam convencer os gregos a aprovarem o plano de ajuste e reformas exigido para a liberalização do segundo resgate ao país, de 130 bilhões de euros, de acordo com o jornal espanhol "El País".

A aprovação das medidas de austeridade é um pré-requisito fixado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) para dar sinal positivo ao desembolso da sexta parcela do primeiro plano de resgate orquestrado em maio de 2010 por um montante de 110 bilhões de euros. O pagamento de 8 bilhões de euros estava previsto para acontecer em setembro.

Ao mesmo tempo, cresce a desconfiança de alguns países europeus em relação a emprestarem mais dinheiro à Grécia. Em uma pesquisa recente realizada na França, citada pelo "El País", 63% dis franceses se mostraram contra aumentar os empréstimos, e 49% dos austríacos prefeririam que os gregos abandonassem o euro.

RESGATE

Com a Grécia devendo ficar sem dinheiro em poucas semanas, a UE disse aos partidos políticos que expliquem até a noite de hoje como formarão um governo de unidade para obter os 130 bilhões de euros de financiamento de emergência.

Ainda hoje, os ministros dos 17 países da zona do euro e uma representação do FMI se reúnem para discutir a concretização dos acordos alcançados em outubro para dar auxílio à Grécia e a outras nações do bloco que enfrentam problemas com suas finanças.

Entre os pontos a serem esclarecidos, estão a forma como ocorrerá o desconto de 50% da dívida grega, o fortalecimento do EFSF (sigla em inglês para Fundo Europeu de Estabilidade Financeira) e a recapitalização do sistema bancário europeu.

CRISE POLÍTICA

Os líderes da zona do euro concordaram, no dia 26 de outubro, em conceder a Atenas um segundo pacote bilionário de resgate e um corte de 50% em sua dívida. Em contrapartida, a Grécia deve se comprometer em continuar com uma política de cortes de gastos como privatizações, redução de empregos públicos e cortes salariais.

Há cerca de uma semana, o acordo de resgate parecia estar garantido, mas, então, o primeiro-ministro jogou uma bomba ao anunciar que faria uma votação popular sobre o pacote --que exige outra rodada de medidas de austeridade sobre a população grega.

Com a ameaça de que o acordo pudesse não ser aceito, Alemanha e França disseram a Papandreou que a Grécia não receberia um centavo a mais de ajuda se não cumprisse seu lado do acordo.

Papandreou voltou atrás no referendo, mas apenas depois que a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmaram que a Grécia precisava tomar uma decisão sobre se queria permanecer no euro ou não.

Com isso, a pressão sobre o premiê cresceu, levando ao acordo com os opositores para a criação de um governo de coalizão.

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