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Espanha não cresce e recessão se aproxima

Após 18 meses de avanço fraco, PIB do país fica estagnado no terceiro trimestre; temores sobre deficit aumentam

Gordon Brown diz que França poderá ser uma das próximas vítimas do mercado na crise da dívida soberana

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A economia espanhola ficou estagnada no terceiro trimestre, aumentando os temores de que ela esteja mergulhando em nova recessão e sobre o plano de contenção de gastos do governo.
O resultado deve aumentar ainda mais as dificuldades para o Partido Socialista se manter no poder nas eleições do dia 20, em que o conservador Mariano Rajoy já aparece como o favorito.
A Espanha enfrentou uma das mais profundas recessões da Europa entre 2008 e 2009, e a recuperação que se seguiu nunca chegou a ganhar força -o PIB não cresceu mais que 0,4% nos últimos seis trimestres, distante do avanço de 1% visto frequentemente na década pré-crise.
O resultado é que a taxa de desemprego atual é de 22,6%, e o deficit nas contas públicas, apesar das medidas adotadas pelo governo, continua alto. A projeção da Comissão Europeia é que o deficit fique em 6,6% do PIB neste ano e em 5,9% em 2012.
Ainda que a dívida publica espanhola (65%) esteja muito abaixo das de Grécia e Itália, por exemplo, o país é considerado um dos próximos que devem ser arrastados para a crise europeia.
Alguns analistas afirmam que a situação não se agravou porque os investidores ainda aguardam o resultado das eleições e os cortes que o próximo governo deverá fazer no Orçamento.
Os temores, no entanto, não estão restritos apenas à Espanha. A França também é vista com cuidado por analistas e até pelo ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown (2007-2010).
"A França corre o risco de ser apanhada pelos mercados nas próximas semanas ou nos próximos meses", disse o premiê, que também foi derrubado pela crise, ao perder as eleições no ano passado em parte pelos problemas da economia do Reino Unido.
Anteontem, a diferença entre os rendimentos exigidos pelos investidores para os títulos franceses e alemães bateu recorde. Eles recuaram ontem, mas continuam altos para o padrão desses papéis.
Parte da disparada de anteontem se deveu a um anúncio da Standard & Poor's de que a França teve sua nota da dívida rebaixada (a agência disse que foi um equívoco), mas também há preocupações com a dívida do país, que supera 80% do PIB.

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