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Liga Árabe decide suspender a Síria e impor sanções

Medida aumenta pressão sobre o regime do ditador Bashar Assad, depois do fracasso de acordo por paz

Organização promete aplicar medidas até que termine a violência na repressão aos protestos pró-democracia no país

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Liga Árabe decidiu ontem suspender a Síria, dez dias depois do fracasso do acordo com o regime do ditador Bashar Assad para encerrar os violentos confrontos entre tropas do regime e manifestantes da oposição.

A organização alertou ainda que vai impor sanções econômicas e políticas contra a Síria até que termine a repressão, e pediu aos outros 21 Estados membros que retirem seus embaixadores do país.

Segundo a ONU, mais de 3.500 pessoas já morreram nos conflitos desde março.

A decisão foi anunciada pelo ministro de Relações Exteriores do Qatar, Hamad bin Yasem al Zani, após reunião com seus colegas da Liga.

Ele disse que as medidas entrarão em vigor na próxima quarta-feira.

A suspensão era reivindicada pela oposição a Assad.

Al Zani afirmou ainda que a Liga convidou a oposição para conversar sobre "uma visão unificada para o período de transição" no país.

"Nós fomos criticados por levar muito tempo [para a suspensão], mas isso foi porque estávamos preocupados com a Síria", disse Al Zani a repórteres, no Cairo. "Nós precisávamos da maioria para aprovar estas medidas".

Apesar da pressão do Ocidente para que os vizinhos árabes isolassem Assad, países como Líbano, Iêmen e Argélia temiam que uma maior pressão sobre a Síria pudesse levar a protestos em suas próprias nações.

Os EUA e o Reino Unido apoiaram a decisão como sinal do isolamento diplomático cada vez maior de Assad.

ATAQUES

Em Damasco, multidões armadas com porretes e facões, leais a Assad, reagiram à suspensão atacando a embaixada da Arábia Saudita.

O embaixador havia retornado a Riad em agosto, quando o país criticou a repressão aos protestos contrários ao regime.

Os consulados da França e da Turquia em Latakia também foram vandalizados.

Até a noite de ontem não havia dados sobre feridos.

O representante da Síria na Liga Árabe classificou a suspensão de "ilegal" e disse que a decisão "prova que a administração [da Liga Árabe] segue o programa ditado pelos EUA e os ocidentais".

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