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Confrontos na Síria matam mais de 90

Daraa é palco das 24 horas mais sangrentas da revolta no país; opositores criam milícias com militares desertores

EUA dizem esperar que Liga Árabe aumente a pressão sobre Bashar Assad em reunião que ocorre hoje no Marrocos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Mais de 90 pessoas morreram entre anteontem e ontem em choques entre forças sírias, manifestantes e milícias de oposição formadas por desertores das Forças Armadas.
Segundo a rede de TV Al Jazeera, foram as 24 horas mais sangrentas no país desde o início da revolta em março.
A maioria dos confrontos aconteceu na cidade de Daara, no sul do país. De acordo com Rami Abdul Rahman, chefe da organização opositora Comitês Locais de Coordenação, 34 militares leais ao ditador Bashar Assad morreram em emboscada na cidade.
Segundo a ONU, a oposição deixou de fazer apenas manifestações pacíficas contra o ditador para organizar militares desertores em milícias -elevando o risco de a revolta se tornar guerra civil.
Segundo a organização, 3.500 pessoas foram mortas desde março. O mês de novembro está sendo o mais violento, com mais de 300 mortos até agora, segundo dados da organização Observatório Sírio de Direitos Humanos e da oposição. O regime impede o trabalho regular da imprensa independente no país, dificultando a verificação de informações.
Deve começar a vigorar hoje a suspensão da Síria na Liga Árabe, aprovada no último sábado. A data foi imposta ao país como limite para o fim da repressão a protestos e para a libertação de opositores presos.
Assad anunciou ontem a libertação de 1.180 presos, mas a pressão internacional sobre o país só aumentou.
Após se reunir com opositores do regime para planejar a transição de poder na Síria, os países-membros da liga discutirão a crise hoje em encontro no Marrocos.
"Esperamos que amanhã [hoje] a Liga Árabe mande novamente uma enérgica mensagem a Assad, para que ele permita uma transição democrática e acabe com a violência contra seu próprio povo", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado americano, Mark Toner.
A Turquia anunciou a interrupção da exploração de petróleo em parceria com Damasco e ameaçou suspender o fornecimento de energia elétrica ao país.
Mas, para analistas, tal corte elétrico poderia ser reposto por Damasco facilmente.
Já a União Europeia congelou anteontem os bens de 18 membros do governo sírio -a maioria deles militares e especialistas em computação acusados de realizar ataques contra sites usados por ativistas opositores do regime.

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