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Criminoso célebre que morou no Brasil lança autobiografia
ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA
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Paul Hackett/Reuters |
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Biggs ao lado de seu filho brasileiro, Mike, no lançamento |
Em sua primeira entrevista coletiva em solo inglês, Ronald Biggs, 82, um dos célebres criminosos do assalto ao trem pagador, em 1963, disse que só quer viver seus últimos anos em paz. "É a última entrevista que faço", anunciou.
O motivo da coletiva foi o lançamento de sua autobiografia (escrita com Chris Pickard), "Odd Man Out".
Com a saúde debilitada por sete derrames, Biggs surgiu em uma cadeira de rodas, vestindo terno e um cachecol do Arsenal, seu time do coração.
Biggs não consegue falar, e se comunica por uma tábua com o alfabeto. O filho brasileiro, Mike, e o biógrafo, Pickard, completam as frases.
Biggs é um velho conhecido dos brasileiros. Morou por mais de 30 anos no Rio, onde foi parar depois de fugir da prisão na Inglaterra.
No Brasil, acabou virando uma espécie de atração turística. Artistas e celebridades inglesas não perdiam a chance de visitar um dos criminosos mais célebres do mundo.
Mike levou o pai para assistir ao filme "Rio": "Ele ficou emocionado. Qualquer menção ao Brasil o deixa feliz".
Cercado por mais de 50 jornalistas e fotógrafos, Biggs afirmou que se arrepende do crime e de ter causado tanto sofrimento à família.
Em 2001, depois de ter sofrido três derrames e tentado o suicídio, Biggs retornou à Inglaterra e vendeu direitos de exclusividade da cobertura de sua rendição para o tablóide inglês "The Sun", por supostas 20 mil libras.
Ronald Biggs ficou preso na Inglaterra de 2001 a 2009. Nesse tempo, sofreu diversos outros derrames. Acabou libertado devido à sua condição física. "A liberdade é o maior prêmio que recebi."
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