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Parlamento do Chipre veta imposto sobre depósitos
Taxa era contrapartida a pacote de resgate ao país
Os parlamentares do Chipre rejeitaram ontem a cobrança de impostos sobre depósitos bancários privados, proposta como contrapartida ao pacote de resgate de € 10 bilhões (R$ 26 bilhões) ao país.
O anúncio, no último sábado, do novo imposto -que condiciona a ajuda do Banco Central Europeu (BCE) e da União Europeia ao Chipre- gerou uma corrida aos bancos do país para sacar os depósitos sujeitos ao tributo.
Foram 36 votos contrários ao pacote, 19 abstenções e nenhum voto a favor no Parlamento de maioria governista.
Agora, o governo de Nicos Anastasiades terá que pensar em alternativas para arrecadar € 5,8 bilhões (R$ 15 bilhões) exigidos pelos credores internacionais. Hoje o presidente se encontra, pela manhã, com líderes dos partidos para discutir a questão.
Após a votação no Parlamento, o presidente do Eurogrupo (conselho de ministros de finanças da zona do euro), Jeroen Dijsselbloem, disse ter "tomado nota" da decisão e reafirmou que o grupo está preparado para assistir o país.
Em meio à tensão sobre o resultado, o euro chegou a cair até US$ 1,2844, seu valor mais baixo desde 22 de novembro.
O texto inicial previa a cobrança de 6,7% sobre todos os depósitos até € 100 mil (R$ 260 mil) e de 9,9% para valores superiores. Diante da reação negativa dos cipriotas e dos mercados, a proposta foi alterada, isentando do novo imposto os depósitos abaixo de € 20 mil (R$ 56 mil). Mesmo assim, a taxação foi rejeitada pelos parlamentares.
O governo chegou a decretar feriado bancário até amanhã para frear os saques em massa. Havia o temor de que a corrida aos bancos se espalhasse para outros países em crise na região.
Ontem, no entanto, o ministro da Economia espanhol, Luís de Guindos, disse que, em seu país, os depósitos abaixo de € 100 mil "são sagrados".