São Paulo, quinta-feira, 01 de janeiro de 2009

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Jornalistas obtêm na Justiça direito de entrar em Gaza

DO ENVIADO A SDEROT

Em mais um estágio de uma longa disputa jurídica, a Suprema Corte de Israel recomendou ontem ao governo que autorize o acesso da imprensa estrangeira à faixa de Gaza, proibido desde o inicio da ofensiva militar. Concentrados na fronteira, dezenas de frustrados jornalistas de todo o mundo esperam a decisão, enquanto são forçados a acompanhar os acontecimentos de longe.
"A Suprema Corte deu um prazo ao governo até as 10h de hoje (6h de Brasília) para permitir acesso limitado da imprensa internacional à faixa de Gaza", informou um comunicado da Associação de Imprensa Estrangeira (AIE) de Israel.
A pequena cidade israelense de Sderot, de pouco mais de 20 mil habitantes, tornou-se base da imprensa internacional e foco crescente de ansiedade e revolta dos jornalistas. Cada ministro que chega é bombardeado de perguntas sobre a proibição e desconfianças sobre a liberdade de expressão no país que se orgulha de ser a única democracia do Oriente Médio.
"A liberdade da imprensa é importante para o senhor?", indagou repórter da TV holandesa ao ministro dos Transportes, Shaul Mofaz. Surpreso, Mofaz disse que sim, mas completou: "O sucesso da ofensiva está em primeiro lugar".
Não é a primeira vez que os jornalistas vão ao Supremo em Israel para ganhar acesso a Gaza. Os primeiros recursos foram de israelenses, que nunca tiveram nenhuma vitória. Agora a batalha se estendeu aos estrangeiros, que desconfiam de uma manobra, sob o pretexto dos riscos à segurança, para impedir a cobertura em Gaza.
"É um assunto delicado, pois não nos interessa entrar em confronto com o Exército em uma zona de guerra. Mas espero que o governo atenda ao pedido do Supremo", disse à Folha a secretária-executiva da AIE, Glenys Sugarman. (MN)


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