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Jornalistas obtêm na Justiça direito de entrar em Gaza
DO ENVIADO A SDEROT
Em mais um estágio de uma
longa disputa jurídica, a Suprema Corte de Israel recomendou ontem ao governo que autorize o acesso da imprensa estrangeira à faixa de Gaza, proibido desde o inicio da ofensiva
militar. Concentrados na fronteira, dezenas de frustrados
jornalistas de todo o mundo esperam a decisão, enquanto são
forçados a acompanhar os
acontecimentos de longe.
"A Suprema Corte deu um
prazo ao governo até as 10h de
hoje (6h de Brasília) para permitir acesso limitado da imprensa internacional à faixa de
Gaza", informou um comunicado da Associação de Imprensa Estrangeira (AIE) de Israel.
A pequena cidade israelense
de Sderot, de pouco mais de 20
mil habitantes, tornou-se base
da imprensa internacional e foco crescente de ansiedade e revolta dos jornalistas. Cada ministro que chega é bombardeado de perguntas sobre a proibição e desconfianças sobre a liberdade de expressão no país
que se orgulha de ser a única
democracia do Oriente Médio.
"A liberdade da imprensa é
importante para o senhor?", indagou repórter da TV holandesa ao ministro dos Transportes,
Shaul Mofaz. Surpreso, Mofaz
disse que sim, mas completou:
"O sucesso da ofensiva está em
primeiro lugar".
Não é a primeira vez que os
jornalistas vão ao Supremo em
Israel para ganhar acesso a Gaza. Os primeiros recursos foram de israelenses, que nunca
tiveram nenhuma vitória. Agora a batalha se estendeu aos estrangeiros, que desconfiam de
uma manobra, sob o pretexto
dos riscos à segurança, para impedir a cobertura em Gaza.
"É um assunto delicado, pois
não nos interessa entrar em
confronto com o Exército em
uma zona de guerra. Mas espero que o governo atenda ao pedido do Supremo", disse à Folha a secretária-executiva da
AIE, Glenys Sugarman.
(MN)
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