São Paulo, quinta-feira, 01 de janeiro de 2009

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Alimentos são entregues sem contato físico

DO ENVIADO A SDEROT

Na única passagem aberta na fronteira entre Israel e a faixa de Gaza, uma longa fila de caminhões aguardava ontem para descarregar alimentos e medicamentos. No total, 2.500 toneladas de suprimentos cruzaram ontem a fronteira, em 93 caminhões.
Mas no clima de guerra que domina a região, os produtos passam, mas os veículos não.
O fato de a fronteira estar aberta não significa que haja contato direto entre israelenses e palestinos. Os caminhões descarregam os suprimentos em um pátio cercado por muros com seis metros de altura. Em seguida, todos os funcionários deixam o local; os portões do lado israelense são fechados e os do outro lado se abrem, para que os palestinos recolham os produtos.
Tudo é coordenado por meio de rádios. "Falo várias vezes por dia com os responsáveis do lado palestino, mas nunca os encontrei pessoalmente", diz o israelense Alex Goldo-vsky, gerente do terminal.
Segundo ele, apesar das queixas palestinas sobre a escassez de suprimentos em Gaza, o movimento tem sido normal desde sábado, quando tiveram início os ataques israelenses. "A média é de cem caminhões por dia", diz Goldovsky, enquanto fiscaliza a chegada de dezenas de sacos de açúcar com o carimbo "Made in Brazil, produzidos pela Usina Bazan, de Pontal (SP)".
Dos 93 caminhões que abasteceram Gaza ontem, 16 foram da agência de ajuda aos palestinos da ONU. Adnan Abu-Hasna, coordenador da agência, disse que a escassez não é o único problema.
"Com os bombardeios, a distribuição tem sido dificultada, o que aumenta o sofrimento de metade da população de Gaza, que depende da ONU para obter alimentos básicos", diz. (MARCELO NINIO)



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