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Alimentos são entregues sem contato físico
DO ENVIADO A SDEROT
Na única passagem
aberta na fronteira entre
Israel e a faixa de Gaza,
uma longa fila de caminhões aguardava ontem
para descarregar alimentos e medicamentos. No
total, 2.500 toneladas de
suprimentos cruzaram
ontem a fronteira, em 93
caminhões.
Mas no clima de guerra
que domina a região, os
produtos passam, mas os
veículos não.
O fato de a fronteira estar aberta não significa
que haja contato direto
entre israelenses e palestinos. Os caminhões descarregam os suprimentos em
um pátio cercado por muros com seis metros de altura. Em seguida, todos os
funcionários deixam o local; os portões do lado israelense são fechados e os
do outro lado se abrem,
para que os palestinos recolham os produtos.
Tudo é coordenado por
meio de rádios. "Falo várias vezes por dia com os
responsáveis do lado palestino, mas nunca os encontrei pessoalmente", diz
o israelense Alex Goldo-vsky, gerente do terminal.
Segundo ele, apesar das
queixas palestinas sobre a
escassez de suprimentos
em Gaza, o movimento
tem sido normal desde sábado, quando tiveram início os ataques israelenses.
"A média é de cem caminhões por dia", diz Goldovsky, enquanto fiscaliza
a chegada de dezenas de
sacos de açúcar com o carimbo "Made in Brazil,
produzidos pela Usina Bazan, de Pontal (SP)".
Dos 93 caminhões que
abasteceram Gaza ontem,
16 foram da agência de ajuda aos palestinos da ONU.
Adnan Abu-Hasna, coordenador da agência, disse
que a escassez não é o único problema.
"Com os bombardeios, a
distribuição tem sido dificultada, o que aumenta o
sofrimento de metade da
população de Gaza, que
depende da ONU para obter alimentos básicos", diz.
(MARCELO NINIO)
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