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Taleban reivindica ataque que matou 7 em base afegã da CIA
Líder do posto está entre os agentes mortos por um homem-bomba anteontem
Radicais assumem também autoria de explosão que matou quatro soldados e uma jornalista canadenses durante patrulha na quarta
Allauddin Khan/Associated Press
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Helicóptero sobrevoa estrada ao sul de Candahar onde cinco canadenses foram mortos em outro ataque do Taleban anteontem
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
O Taleban assumiu a autoria
de um ataque suicida que resultou na morte de ao menos sete
agentes da CIA em uma base no
sul do Afeganistão, na Província de Khost. O ataque é considerado o mais grave contra a
equipe de inteligência dos EUA
desde o início da guerra no Afeganistão, há oito anos, e um dos
maiores da história da CIA. Ao
menos outros seis funcionários
ficaram feridos.
Segundo relato da Associated
Press, entre os mortos está a
chefe da CIA na base de Khost.
O diretor da agência, Leon Panetta, disse em mensagem aos
funcionários que as mortes foram resultado de um ataque
terrorista. "Devemos a eles
nossa mais profunda gratidão,
e prometemos a eles e a suas famílias que nunca vamos parar
de lutar pela causa à qual dedicaram suas vidas -uma América mais segura".
Os nomes dos mortos não foram divulgados. O total de mortos e feridos ainda está sujeito a
alteração. Relatos iniciais indicavam que oito americanos haviam morrido no ataque.
Um porta-voz do Taleban
afirmou que o homem-bomba
era um soldado das forças armadas afegãs que decidiu se
juntar aos insurgentes. "Afegãos que estavam trabalhando
com os americanos (...) agora
estão com o Taleban. E agora
eles sabem que os americanos
são os inimigos da nossa religião", afirmou Zabiullah Mujahid, o porta-voz. A versão não
foi confirmada pelos EUA.
O ataque atingiu funcionários da agência que trabalham
para desmantelar ações do Taleban, da Al Qaeda e de outros
grupos extremistas que estão
ativos na fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão.
A CIA coordenou o ataque
inicial americano contra o Taleban no Afeganistão em 2001 e
desde então tem contribuído
com espiões, operações paramilitares e analistas em contraterrorismo para a região. No último ano, a CIA vinha aumentando sua presença na região.
Apesar de já terem ocorrido
outros ataques em bases na
Província de Khost, este último
foi particularmente audacioso
porque o homem bomba ingressou na base pelo portão
principal. Ele conseguiu chegar
próximo a uma sala de ginástica
do posto. Não se sabe até agora
se ele trabalhava no local ou se
ele se aproveitou de alguma
brecha da segurança.
O ataque contra funcionários
da CIA chega em momento de
baixa moral da agência devido a
acusações de falhas na vigilância ao terrorismo após uma
tentativa frustrada de ataque a
um voo que ia de Amsterdã a
Detroit na última sexta.
Também mostra a escalada
da violência no Afeganistão
-em 2009, o número de soldados americanos mortos no país
chegou a 310, o maior número
para o período de um ano desde
o começo da guerra.
Na quarta-feira, oficiais da
Otan, a aliança militar ocidental, afirmaram ainda que quatro soldados canadenses e uma
jornalista do Canadá foram
mortos em uma explosão ao sul
de Candahar. O Taleban também assumiu a responsabilidade pelo episódio. Em nota, o
presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, "condenou fortemente" os ataques.
Insurgentes sequestraram
ainda dois jornalistas franceses, o tradutor deles e o motorista a 120 km de Cabul.
Bali
Ainda ontem, a Embaixada
dos EUA na Indonésia divulgou
um alerta para cidadãos americanos sobre a hipótese de um
ataque na ilha de Bali durante
as comemorações pela chegada
do ano novo, com base nas declarações do governador local.
A embaixada orientou americanos a monitorar a mídia e ficar atentos a distúrbios.
Funcionários de segurança
em Bali, porém, disseram posteriormente que desconheciam
qualquer tipo de ameaça.
Em 2002, bombas detonadas
por militantes islâmicos mataram 202 pessoas em uma casa
noturna em Bali.
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