DA REDAÇÃO

Contrariando as expectativas do líder da Líbia Muammar Gaddafi, líderes africanos elegeram ontem, durante a 14ª cúpula da União Africana (UA), em Adis Abeba, capital da Etiópia, o presidente do Maláui, Bingu wa Mutharika, como dirigente da organização que congrega 53 países.
Mutharika assume o posto até então ocupado por Gaddafi, que pretendia continuar à frente da UA. Porém, líderes políticos do continente preocuparam-se com os danos que a presidência de Gaddafi causou à imagem e à reputação da entidade.
Durante discurso em Adis Abeba, o líder líbio reafirmou a necessidade de iniciar o processo de unificação política do continente africano. "A União Europeia está se tornando um país e nós [africanos] não estamos cientes disso. Temos que estar unidos para sermos unidos. Vamos nos unir hoje", disse.
De acordo com o jornal inglês "Financial Times", Gaddafi usou sua posição como presidente da UA para promover a criação dos "Estados Unidos da África", um projeto de integração política do continente.
Ele é o dirigente africano há mais tempo no poder -governa a Líbia desde 1969.
Como presidente da UA, suas ações na resolução de crises em Madagascar, Guiné e Mauritânia minaram, segundo diplomatas africanos, os esforços regionais para persuadir os governos não eleitos destes países a restaurarem as regras constitucionais.