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Netanyahu assume com megaministério
Novo premiê israelense fala em paz com palestinos, cita ameaça nuclear do Irã e prioriza solução da crise e segurança
Gabinete de conservador abrange desde ortodoxos a ultranacionalistas laicos e esquerdistas; direitista evita falar em Estado palestino
DA REDAÇÃO
O Knesset, Parlamento israelense, oficializou ontem Binyamin Netanyahu, 59, como premiê. Após mais de seis horas de
debate, o governo do direitista
Likud foi confirmado por 69
votos contra 45. Com 30 cargos
ministeriais, ele chefiará o gabinete com maior número de
pastas nos mais de 60 anos de
história do Estado de Israel.
O novo governo é um amplo e
heterogêneo grupo, composto
por um partido religioso ortodoxo (Shas), um religioso nacionalista (Casa Judaica), um
ultranacionalista laico de direita (Israel Beitenu), um de centro-esquerda (Trabalhista) e
pelo conservador Likud.
Para acomodar aliados, Netanyahu criou novas pastas
-tantas que os marceneiros do
Parlamento precisaram trabalhar na madrugada para ampliar a mesa do gabinete.
Há um ministério (Saúde) reservado ao Judaísmo Unido da
Torá a ser assumido assim que
o partido finalizar as negociações para ingressar na coalizão.
Só uma pasta (Justiça) terá titular sem filiação partidária.
Em 1996, ao assumir como o
mais jovem premiê da história
israelense, ele se gabou de um
gabinete enxuto (18 membros).
No discurso de ontem, o linha-dura repetiu falas recentes, afirmando que buscará a
paz. Crítico da solução de dois
Estados, norte das negociações
desde 1993, ele entretanto não
falou em "Estado palestino".
Ao tratar de suas prioridades,
citou a crise econômica e a segurança. "O maior risco para a
humanidade e para nosso país é
a possibilidade de um regime
radical se equipar com armas
nucleares. Não devemos permitir a ninguém colocar um
ponto de interrogação sobre
nossa existência", afirmou, em
clara alusão ao Irã.
Reações
A repercussão ao novo premiê e seu governo foi negativa.
A ex-chanceler Tzipi Livni, a
quem Netanyahu cortejou para
ingressar na coalizão e trazer
junto o Kadima (centro-direita) desde a eleição de 10 de fevereiro, disse que é um "governo inchado".
Nabil Abu Rudeina, porta-voz da Autoridade Nacional Palestina, afirmou que "não foi
um início empolgante" e instou
os EUA a pressionarem pela
concessão territorial. Abdullah
Abdullah, dirigente do Fatah,
grupo dominante na ANP, disse
que há no governo "perigosos
partidos racistas e fascistas".
Até o grupo islâmico Hamas,
que alegara não ver diferenças
entre quaisquer governos de Israel, disse que o novo gabinete
"levará a região de mal a pior".
O Egito se opôs à indicação
de Avigdor Liberman, que em
2008 mandou "ao inferno" o ditador Hosni Mubarak, a chanceler. O Cairo quer um pedido
de desculpas antes de recebê-lo, disse o "Financial Times".
Com agências internacionais
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