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200 naufragam ao tentar chegar à Europa
Barco com capacidade para 50 ia da Líbia à Itália; fluxo cresce com ameaça de maior policiamento da rota daqui a um mês
Acordo que promete barrar a principal travessia ilegal entre a África e a Europa pode ter incitado aumento inédito de embarcações
DA REDAÇÃO
Pelo menos 200 pessoas podem ter morrido desde domingo, segundo a OIM (Organização Internacional para a Migração), em consequência de uma
intensificação na partida de
barcos com imigrantes irregulares que tentam a travessia da
Líbia para a Itália -e de lá para
o restante da União Europeia.
Um barco com capacidade
para apenas 50 pessoas, e que
levava 257 imigrantes de origem africana e asiática a bordo,
naufragou domingo à noite cerca de 50 km ao norte de Trípoli,
capital da Líbia. Do total, apenas 23 pessoas foram resgatadas com vida, e outras 21 foram
encontradas mortas.
"É difícil imaginar que haja
sobreviventes, a essa altura, entre os ainda desaparecidos",
afirmou Laurence Hart, do escritório da OIM na Líbia.
Segundo Jean-Philippe
Chauzy, do escritório central
da organização, em Genebra, é
provável que esse tenha sido o
pior acidente em todos os tempos na travessia para a Europa,
em número de vítimas. A imprecisão se deve ao fato de se
tratar de uma atividade ilícita,
sem estatísticas oficiais.
Outro barco, contendo cerca
de 350 pessoas, também começou a afundar a poucos quilômetros da costa africana, mas
os passageiros foram resgatadas com vida. Há ainda o relato
do desaparecimento de outras
duas embarcações, embora o
governo líbio não confirme se
elas comportavam migrantes.
A Líbia tem sido, nos últimos
anos, um entreposto no fluxo
de migrantes da África, do
Oriente Médio e de outras partes da Ásia para a Itália. A atual
intensificação da travessia se
dá pela conjunção de circunstâncias climáticas e políticas.
É nessa época, tradicionalmente, que o clima mais ameno
e os mares calmos permitem o
aumento de travessias ilegais.
Ocorre que a Itália e a Líbia assinaram um acordo mútuo que
aumentará a patrulha em mares líbios a partir do próximo
dia 15 de maio, tendo como objetivo cortar o fluxo migratório.
No ano passado o volume total de pessoas que cruzaram a
distância relativamente pequena que as separa das ilhas ao sul
da Itália já havia aumentado
cerca de 80%, passando de 20,4
mil, em 2007, para 36 mil, segundo estimativas do Ministério do Interior italiano.
O volume crescente se confirma agora, no início de 2009.
O acordo entre a Itália e a Líbia
pode ter contribuído para o aumento das tentativas de travessia, diz Hart, da OIM. "Traficantes podem ter explorado a
decisão, dizendo aos migrantes: "É agora ou nunca"."
O escritório do Alto Comissariado da ONU para Refugiados em Roma confirmou a chegada, na semana passada, de
dois navios com imigrantes irregulares à ilha de Lampedusa
-um deles com 224 pessoas, o
outro com 219.
Com agências internacionais
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