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China agora aceita debater sanções ao Irã
Pequim prometeu participar das conversas sobre novas punições contra aliado persa, segundo representante americana
Teerã envia emissário para convencer chineses a não cederem à pressão dos EUA; governo iraniano nega querer uma bomba nuclear
DA REDAÇÃO
A China recuou de sua posição inicial e já aceita discutir
com as demais potências do
Conselho de Segurança da
ONU a possibilidade de impor
novas sanções ao Irã, segundo
revelou ontem a embaixadora
dos EUA no órgão, Susan Rice.
A China era até então o único
dos cinco membros permanente do CS que ameaçava usar seu
poder de veto para barrar qualquer tentativa de resolução punitiva contra o Irã, um importante parceiro político e econômico de Pequim.
Os demais membros do CS
-EUA, França, Reino Unido e,
em menor grau, a Rússia, que
mantém fortes vínculos com o
Irã- defendem há meses a adoção de medidas para sancionar
o regime iraniano por seu programa nuclear, suspeito de ter
fins militares. Teerã nega.
Rice disse que a China prometeu iniciar "negociações sérias" no CS sobre sanções ao Irã
nos próximos dias. A secretária
de Estado dos EUA, Hillary
Clinton, disse que os negociadores do dossiê -os cinco
membros permanentes do conselho mais a Alemanha- estão
unidos sobre o tema.
A disposição do governo chinês em conversar sobre sanções ao Irã não havia sido confirmada oficialmente por Pequim até o fechamento desta
edição.
A mídia oficial iraniana informou que o principal negociador nuclear de Teerã, Said
Jalili, embarcou na noite de ontem rumo a Pequim, num aparente esforço para convencer
os aliados chineses a resistirem
a pressões dos EUA.
Fontes do governo americano admitem que a China dificilmente endossará fortes sanções econômicas e comerciais
como as que estão sendo pedidas pela Casa Branca. Mas, para
Washington, mesmo a adoção
de punições leves seria uma importante vitória diplomática.
Os EUA consideram que um
eventual apoio da China, além
de viabilizar a unanimidade do
CS necessária à adoção de uma
resolução, enviaria um sinal de
unidade das maiores potências
globais contra o Irã.
Também enfraqueceria a posição de Brasil e Turquia, dois
membros rotativos do CS cujo
apoio a uma resolução não é necessário, mas que davam apoio
político ao discurso do Irã.
Teerã alega que, na sua condição de signatário do Tratado
de Não Proliferação Nuclear,
tem direito de enriquecer urânio para fins energéticos e medicinais. Os iranianos negociam com as potências uma solução que lhes permita continuar seu programa atômico.
Os EUA pressionaram o CS a
adotar três ciclos de punições
contra o Irã desde 2002, quando foi revelada a existência de
atividades atômicas de Teerã
não notificadas à ONU. Apesar
de nunca ter sido provado que
os iranianos buscam a bomba
atômica, sanções foram aplicadas sob a justificativa de que o
Irã não colabora com as inspeções internacionais.
As conversas se deterioraram no fim de 2009, em meio a
um impasse sobre a possibilidade de o Irã enviar seus estoques de urânio para ser enriquecidos no exterior. Também
pesou o fato de Teerã só ter admitido a existência da usina nuclear de Qom após a CIA tê-la
detectado por satélite.
Insatisfeito com o que considera má vontade do Ocidente, o
Irã anunciou que construirá
dez novas centrais nucleares.
Com agências internacionais
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