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AMÉRICA LATINA
García ataca Chávez
Peru tira embaixador de Caracas e agrava crise
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
O governo peruano retirou o
seu embaixador em Caracas depois que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, reiterou suas
críticas ao governo de Alejandro
Toledo e ao candidato social-democrata Alan García, virtual adversário do nacionalista Ollanta
Humala no segundo turno da
eleição peruana, previsto para
acontecer em maio.
O Peru considera que o presidente venezuelano está interferindo no processo eleitoral do país e
quer pedir que a OEA (Organização dos Estados Americanos)
chame a sua atenção.
O governo da Venezuela anunciou que não atuará de maneira
recíproca à decisão peruana. Sobre o motivo que gerou a controvérsia diplomática, o chanceler
Alí Rodríguez disse que as declarações de Chávez "não foram ao
governo peruano, e sim ao candidato Alan García".
Na última sexta-feira, García
havia chamado Chávez de "sem
vergonha", pelo fato de o venezuelano ter se oposto aos acordos
de livre comércio que o Peru firmou com a Colômbia e com os
EUA. O presidente venezuelano
respondeu dizendo que García
era "um ladrão".
O candidato peruano, então,
comparou Chávez ao ex-ditador
iraquiano Saddam Hussein. "É
um intrometido que está rompendo princípios internacionais
fundamentais. Quem ele pensa
que é? Um Saddam Hussein que,
porque tem petróleo, se considera
dono de outros países?".
Chávez passou o fim de semana
em Havana com o ditador cubano, Fidel Castro, e o presidente
boliviano, Evo Morales. Os três
reuniram-se para debater tratados comerciais alternativos para a
região. Morales selou a entrada da
Bolívia na Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas), proposta por Chávez como alternativa à Alca (Área de Livre Comércio
das Américas). "Somos três para
defender o povo latino-americano", disse Morales. O encontro foi
autoproclamado "santíssima
trindade antiimperialista".
Fidel, até então o principal oponente dos EUA na América Latina, disse estar contente com a
aliança com a Venezuela e a Bolívia. "Surgem esses novos líderes e
me convertem no homem mais
feliz do mundo", disse o cubano.
Os três ainda tornaram público
seu apoio ao nacionalista Humala, no Peru. "Agora pela primeira
vez somos três. Um dia seremos
cinco ou até seis", disse Fidel. Morales, por sua vez, convidou Humala para visitar a Bolívia.
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