São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2008

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BOLÍVIA

Governo veta porte de arma a dias de votação em Santa Cruz

DA REDAÇÃO

O governo da Bolívia proibiu por decreto o porte de armas de fogo por civis, às vésperas do referendo autonomista do departamento de Santa Cruz, no próximo domingo, realizado à revelia do presidente Evo Morales e da Justiça. Grupos radicais a favor e contra a consulta haviam ameaçado recorrer à violência.
O anúncio foi feito na noite de anteontem, quando o ministro de Governo, Alfredo Rada, citou que armas em mãos de civis "proliferaram" nas últimas semanas.
O decreto tenta preencher um vazio legal na Bolívia sobre o tema e permite que a polícia ou as Forças Armadas confisquem as armas.
Ao anunciar a medida, o ministro Rada citou "invocações" à violência feitas pela organização direitista UJC (União Juvenil Cruzenha), em Santa Cruz, e pelo grupo aimará Ponchos Rojos, pró-presidente Evo Morales.
Não se sabe quantas armas os grupos têm em seu poder, e eles próprios alimentam dúvidas. Dirigentes da UJC, freqüentemente acusados de coagir e até mesmo atacar oponentes, costumam dizer que há uma tradição de "caça" na região e que por isso é comum ter armas.
Em clima de tensão, a UJC promete pôr 10 mil pessoas nas ruas para fazer a "segurança" da votação no domingo, que perguntará se a população aceita o estatuto de autonomia, que prevê que o departamento poderá comandar política fundiária e fiscal.
O governo diz que não declarará estado de sítio na região, como afirma a oposição, mas enviou reforço policial.


Com agências internacionais


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