São Paulo, sexta-feira, 01 de maio de 2009

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Iranianos põem foco comercial em visita de Ahmadinejad ao Brasil

Embaixador diz que presidente nunca foi ao exterior com tantos empresários

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao anunciar a maior comitiva empresarial iraniana a participar de uma viagem oficial do presidente do país ao exterior, o Irã tentou ontem desviar o foco da visita de Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil dos temas polêmicos.
O presidente, conhecido por suas declarações em favor da extinção do Estado de Israel e de questionamento do Holocausto, chega nesta quarta-feira ao país. Recentemente, reiterou suas críticas a Israel em conferência da ONU contra o racismo, em Genebra, provocando o abandono da reunião por delegados europeus.
O Brasil afirma que vai reforçar, durante a visita, sua posição contrária ao discurso. Em Brasília, há manifestações marcadas pela comunidade judaica e ONGs contra o iraniano.
Em entrevista coletiva ontem, o embaixador Mohsen Shaterzadeh tentou reforçar o peso econômico da viagem. Do ponto de vista político, disse que haverá a discussão sobre como o Brasil pode colaborar com as negociações pela paz no Oriente Médico -música aos ouvidos do Itamaraty, que busca algum tipo de reconhecimento ao país como mediador de conflitos.
Segundo Shaterzadeh, é a maior comitiva empresarial que o Irã já enviou a um país estrangeiro, composta por 110 empresários, representantes de 65 empresas dos setores petroquímico, automobilístico, mineração e outros. Acordos na polêmica área nuclear, segundo o embaixador, também estão fora da pauta.
É consenso entre os dois países que o comércio bilateral atualmente praticado é fraco. Em 2008, Brasil e Irã movimentaram apenas R$ 1,1 bilhão, metade do comércio registrado em 2007, sempre com superávit para o Brasil.
Valorização do real e a crise econômica são as explicações dadas pelo governo brasileiro para a queda do comércio. "Queremos intensificar as relações bilaterais cinco vezes", disse o embaixador.
Expandir a atuação da Petrobras, que está no Irã desde 2003, é uma das propostas. Exportação de fertilizantes e investimento em aço e agricultura também serão negociados. A comitiva empresarial chega a São Paulo na terça-feira, um dia antes do presidente, que desembarca em Brasília.
Depois, Ahmadinejad segue para Equador e Venezuela -o país de Hugo Chávez é seu maior aliado na região, devido ao discurso fortemente antiamericano que ambos os presidentes adotam, ou ao menos adotaram até aqui.


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