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Iranianos põem foco comercial em visita de Ahmadinejad ao Brasil
Embaixador diz que presidente nunca foi ao exterior com tantos empresários
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao anunciar a maior comitiva empresarial iraniana a participar de uma viagem oficial do
presidente do país ao exterior,
o Irã tentou ontem desviar o foco da visita de Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil dos temas
polêmicos.
O presidente, conhecido por
suas declarações em favor da
extinção do Estado de Israel e
de questionamento do Holocausto, chega nesta quarta-feira ao país. Recentemente, reiterou suas críticas a Israel em
conferência da ONU contra o
racismo, em Genebra, provocando o abandono da reunião
por delegados europeus.
O Brasil afirma que vai reforçar, durante a visita, sua posição contrária ao discurso. Em
Brasília, há manifestações marcadas pela comunidade judaica
e ONGs contra o iraniano.
Em entrevista coletiva ontem, o embaixador Mohsen
Shaterzadeh tentou reforçar o
peso econômico da viagem. Do
ponto de vista político, disse
que haverá a discussão sobre
como o Brasil pode colaborar
com as negociações pela paz no
Oriente Médico -música aos
ouvidos do Itamaraty, que busca algum tipo de reconhecimento ao país como mediador
de conflitos.
Segundo Shaterzadeh, é a
maior comitiva empresarial
que o Irã já enviou a um país estrangeiro, composta por 110
empresários, representantes
de 65 empresas dos setores petroquímico, automobilístico,
mineração e outros. Acordos na
polêmica área nuclear, segundo
o embaixador, também estão
fora da pauta.
É consenso entre os dois países que o comércio bilateral
atualmente praticado é fraco.
Em 2008, Brasil e Irã movimentaram apenas R$ 1,1 bilhão,
metade do comércio registrado
em 2007, sempre com superávit para o Brasil.
Valorização do real e a crise
econômica são as explicações
dadas pelo governo brasileiro
para a queda do comércio.
"Queremos intensificar as relações bilaterais cinco vezes",
disse o embaixador.
Expandir a atuação da Petrobras, que está no Irã desde
2003, é uma das propostas. Exportação de fertilizantes e investimento em aço e agricultura também serão negociados. A
comitiva empresarial chega a
São Paulo na terça-feira, um dia
antes do presidente, que desembarca em Brasília.
Depois, Ahmadinejad segue
para Equador e Venezuela -o
país de Hugo Chávez é seu
maior aliado na região, devido
ao discurso fortemente antiamericano que ambos os presidentes adotam, ou ao menos
adotaram até aqui.
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