São Paulo, domingo, 01 de maio de 2011

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Filho de Muammar Gaddafi morre em ataque, diz Líbia

Ditador estava em edifício bombardeado pela Otan, mas teria escapado sem ferimentos, diz porta-voz

Ataque é interpretado por partidários como tentativa de homicídio; rebeldes comemoram com tiros para o alto

Louafi Larbi/Reuters
Míssil não detonado na casa de Saif al Arab; governo líbio conduziu jornalistas ao local

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um porta-voz do governo líbio afirmou ontem que o filho mais novo do ditador Muammar Gaddafi morreu em um ataque de mísseis da Otan (a aliança militar ocidental). O próprio Gaddafi estaria no edifício bombardeado, mas teria escapado sem ferimentos.
Saif al Arab Gaddafi, 29, um dos seis filhos do ditador e três netos dele foram mortos no ataque, que ocorreu na noite de ontem em Trípoli, segundo o porta-voz do regime, Moussa Ibrahim. A Otan não confirmou nem se pronunciou sobre a informação.
"O líder [Muammar Gaddafi] estava com sua mulher na casa [de Saif al Arab] com outros amigos e parentes. O líder está com saúde, ele não foi ferido", disse Ibrahim.
"Esta foi uma operação direta para assassinar o líder desse país", afirmou o porta-voz, que classificou Saif al Arab como um mártir.
Jornalistas internacionais que tiveram acesso ao edifício disseram que a construção estava muito danificada e uma bomba não detonada permanecia no local.
Os mísseis e bombas que atingiram o edifício teriam sido lançados por aviões da Otan, segundo o porta-voz.
Saif al Arab era o filho mais novo do ditador e foi descrito por Ibrahim como um estudante. Ele havia passado uma temporada estudando na Alemanha e retornado recentemente à Líbia.
No regime líbio, possuía menos peso político que seu irmão Saif al Islam, apontado como um possível sucessor do ditador.
Em 1986, um ataque aéreo de forças dos EUA contra a Trípoli já havia provocado a morte de uma filha adotiva do ditador. O ataque aconteceu depois que Washington atribuiu ao ditador um atentado contra uma discoteca na Alemanha, que matou dois americanos.
Em Benghazi, a capital rebelde no leste do país, tiros foram disparados para o ar durante a noite e a madrugada, em comemoração à morte de Saif al Arab. Em Trípoli, aliados do ditador sairam às ruas em protestos tão logo a notícia foi divulgada.
Na semana passada, o ministro da Defesa britânico Liam Fox e o secretário de Defesa americano Robert Gates haviam afirmado que Gaddafi não era alvo dos bombardeios da Otan.

SÍRIA
A Síria enviou ontem mais tanques para Daraa, centro dos protestos contra o ditador Bashar Assad. Seis opositores e um militar foram mortos no cerco a uma mesquita.


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