São Paulo, terça-feira, 01 de junho de 2004

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País assume responsabilidade, diz Lula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, na despedida de 150 militares que viajaram para o Haiti, na Base Aérea de Brasília, que o envio de soldados é o preço que o país tem de pagar para defender a paz.
"A instabilidade, ainda que longínqua, acaba gerando custos para todos nós. A manutenção da paz tem seu preço, e esse preço é o da participação. Ao nos manifestarmos diante de uma crise como a que está acontecendo no Haiti, estamos exercendo nossa responsabilidade internacional", disse.
A decisão do governo brasileiro de enviar 1.200 soldados em missão de paz ao Haiti causou uma série de protestos, inclusive no PT, pelo fato de o ex-presidente Jean-Bertrand Aristide alegar que foi deposto a mando dos EUA.
Depois de uma reunião no Palácio do Planalto, da qual participou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, líderes aliados concordaram em aprovar no Congresso o envio das tropas.
"A comunidade internacional reconheceu a capacidade e a vontade do nosso país de dar sua contribuição para a paz no mundo. Também tenho orgulho e satisfação de ver que nossas Forças Armadas estão preparadas e dispostas a ajudar um país irmão", disse Lula, em discurso -em tom emocionado- para os soldados e oficiais que embarcaram ontem.
O presidente afirmou que espera o retorno do Haiti à democracia. "Saúdo a pronta decisão de vários países latino-americanos, sobretudo da América do Sul, de participarem dessa missão. A situação de crise no Haiti vai exigir um compromisso de longo prazo por parte da comunidade internacional em apoio à sua reconstrução econômica e institucional. Nosso objetivo é que os haitianos encontrem, no mais breve prazo, um ambiente propício à consolidação da sua democracia", disse.
Na sexta, já haviam embarcado 204 militares brasileiros para o Haiti. Os que já estão no país e os que chegam hoje vão preparar as acomodações para a maioria dos soldados.
Segundo Lula, a missão brasileira terá a responsabilidade de proteger civis sob a ameaça, de apoiar instituições que defendam os direitos humanos e de promover a reconciliação nacional no Haiti.


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