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País assume responsabilidade, diz Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva afirmou ontem, na despedida de 150 militares que viajaram
para o Haiti, na Base Aérea de
Brasília, que o envio de soldados é
o preço que o país tem de pagar
para defender a paz.
"A instabilidade, ainda que longínqua, acaba gerando custos para todos nós. A manutenção da
paz tem seu preço, e esse preço é o
da participação. Ao nos manifestarmos diante de uma crise como
a que está acontecendo no Haiti,
estamos exercendo nossa responsabilidade internacional", disse.
A decisão do governo brasileiro
de enviar 1.200 soldados em missão de paz ao Haiti causou uma
série de protestos, inclusive no
PT, pelo fato de o ex-presidente
Jean-Bertrand Aristide alegar que
foi deposto a mando dos EUA.
Depois de uma reunião no Palácio do Planalto, da qual participou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, líderes aliados concordaram em aprovar no
Congresso o envio das tropas.
"A comunidade internacional
reconheceu a capacidade e a vontade do nosso país de dar sua contribuição para a paz no mundo.
Também tenho orgulho e satisfação de ver que nossas Forças Armadas estão preparadas e dispostas a ajudar um país irmão", disse
Lula, em discurso -em tom
emocionado- para os soldados e
oficiais que embarcaram ontem.
O presidente afirmou que espera o retorno do Haiti à democracia. "Saúdo a pronta decisão de
vários países latino-americanos,
sobretudo da América do Sul, de
participarem dessa missão. A situação de crise no Haiti vai exigir
um compromisso de longo prazo
por parte da comunidade internacional em apoio à sua reconstrução econômica e institucional.
Nosso objetivo é que os haitianos
encontrem, no mais breve prazo,
um ambiente propício à consolidação da sua democracia", disse.
Na sexta, já haviam embarcado
204 militares brasileiros para o
Haiti. Os que já estão no país e os
que chegam hoje vão preparar as
acomodações para a maioria dos
soldados.
Segundo Lula, a missão brasileira terá a responsabilidade de proteger civis sob a ameaça, de apoiar
instituições que defendam os direitos humanos e de promover a
reconciliação nacional no Haiti.
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