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SEGURANÇA
Técnica de identificação, antes restrita a crimes mais graves como homicídios, agora será usada em pequenos roubos
Polícia de NY usará DNA para crime menor
SHAILA K. DEWAN
DO "NEW YORK TIMES"
Os nova-iorquinos cujas casas
são roubadas têm pouca esperança de algum dia ver a justiça ser
feita -sem falar em reaver seus
bens. Só cerca de 10% dos crimes
contra a propriedade registrados
na cidade chegam a ser solucionados. Isso acontece em parte porque é difícil encontrar testemunhas e provas e em parte porque a
maior parte dos recursos da polícia é dedicada à captura de criminosos violentos. Os exames de
DNA, por exemplo, só são feitos
rotineiramente em casos de homicídio, estupro e agressões físicas mais violentas.
Mas o Instituto Médico Legal de
Nova York pretende abrir um novo laboratório para testar centenas de amostras de DNA por dia,
que serão retiradas de quase todas
as cenas de crimes, incluindo furtos e roubos de carros. Como a
maioria dos crimes contra a propriedade não gera amostras de
sangue, sêmen ou saliva, o laboratório vai utilizar amostras de
DNA até agora consideradas minúsculas demais para ser recolhidas, como células de pele deixadas em uma impressão digital
pouco nítida ou um capuz. Os resultados serão cotejados com
bancos de dados de criminosos
condenados, suspeitos e perfis de
DNA obtidos das cenas de outros
crimes, incluindo estupros.
A perspectiva alegrou tanto a
polícia quanto os promotores de
Nova York. Pela primeira vez,
oferece a eles uma ferramenta poderosa para a captura de criminosos tão difíceis de prender que
muitos nova-iorquinos nem sequer se dão ao trabalho de denunciar furtos à polícia. Os perfis de
DNA de alto grau de sensibilidade
podem fortalecer os argumentos
jurídicos contra criminosos e ajudar a condenar criminosos reincidentes. E se, como acreditam
muitos criminologistas, a tendência dos criminosos é passar de delitos não-violentos para crimes
violentos, os exames podem fazer
uma contribuição significativa
para a segurança pública.
"Isso estende o alcance do DNA
a todo um universo de crimes que
outras tecnologias não conseguem penetrar", comentou o médico-legista Charles S. Hirsch.
"Sabemos que existem criminosos que mudam de ramo, ladrões
que se tornam estupradores. O
efeito cascata será grande."
Com o Laboratório de Alta Sensibilidade, como está sendo chamado, os cientistas forenses poderão obter o perfil genético de
criminosos a partir de apenas seis
células de material genético, contra as cerca de 150 células necessárias para os exames de DNA mais
comuns. É ainda menos do que a
maioria das amostras utilizadas
no Reino Unido, que foi pioneiro
no uso dessa tecnologia na área
policial, em 1999, e normalmente
utiliza entre 30 e 50 células.
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