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EUA estudam manter base fixa no Iraque
Ao fim de mês com recorde de baixas americanas, Bush considera ter no Iraque presença semelhante à que tem na Coréia
Segundo a Casa Branca, militares ficariam fora de combate, "convidados" por Bagdá, a exemplo do que acontece na Coréia do Sul
Saul Loeb/France Presse
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Bush (dir.), que estuda deixar tropas no Iraque, recebe o presidente daquele país, Jalal Talabani |
DA REDAÇÃO
No mês em que registrou o
maior número de baixas no Iraque desde novembro de 2004,
os EUA também passaram a
avaliar seriamente a hipótese
de ter no país uma base permanente, a exemplo do que ocorre
na Coréia do Sul.
O anúncio ontem, pelo Exército, da morte de mais três soldados fez de maio o mês com o
maior número de militares
americanos mortos no país em
dois anos e meio. No mês passado foram mortos 122 militares
dos EUA no Iraque, segundo
contagem da Reuters, contra
137 em novembro de 2004 .
Desde a invasão, em março
2003, foram mais de 3.400.
O Exército dos EUA tenta
justificar os números, que indicam que os esforços do país para abrandar a violência sectária
e contra a ocupação no Iraque
não estão tendo sucesso. Segundo o general Perry Wiggins,
membro do Estado-Maior das
Forças Armadas, as baixas são
conseqüência da estratégia
adotada no início do ano, de aumentar o efetivo de soldados
em Bagdá. "Operamos [agora]
em lugares onde não costumávamos antes", disse Wiggins.
Apesar do discurso de Wiggins, o fato de o Pentágono já
estar trabalhando com estratégias alternativas no Iraque
-como a divisão de Bagdá em
espécies de guetos- mostra
que a situação no foge do que
esperava Washington.
Além disso, e mesmo sofrendo pressão interna para fixar
uma data da retirada das tropas
americanas do Iraque -há hoje
cerca de 145 mil militares dos
EUA no país-, o presidente
George W. Bush aventou a hipótese de manter no país uma
presença constante de soldados, como há na Coréia do Sul.
A informação, dada pela Casa
Branca na quarta-feira, forçou
o porta-voz Tony Snow a explicá-la melhor. Segundo Snow, a
idéia é manter tropas americanas no Iraque não em estado de
beligerância, mas como uma
força de reserva, mantida "a
convite" do governo iraquiano.
Na Coréia do Sul, os soldados
americanos estão estacionados
para, oficialmente, garantir o
armistício entre o país e seu vizinho do norte, firmado em
1953. As duas Coréias nunca
encerraram oficialmente o
conflito que se iniciou em 1950,
mas o cessar-fogo nunca foi
quebrado desde então.
Indagado se Bush pretendia
manter tropas no Iraque por 50
anos, como é o caso na Coréia,
Snow afirmou que não há um
tempo definido. "Eu acho que o
que ele [o presidente] está querendo dizer é que a situação no
Iraque, e uma guerra ampla
contra o terror, são coisas que
levarão muito tempo. Mas não
vão requerer sempre uma presença em combate", disse
Snow, que afirmou ainda que
essa presença militar estendida
não se daria por causa dos países vizinhos ao Iraque, mas devido a problemas de segurança
interna. No entanto os efeitos
práticos de tal estratégia seriam a manutenção de uma base militar potencialmente permanente dos EUA no Iraque.
Turquia
Como se não bastassem os
problemas nas regiões árabes
sunitas e xiitas do Iraque, o
norte do país, de população
predominantemente curda,
também está sob tensão.
Militares turcos estão estacionando tropas na fronteira
com a única região estável do
Iraque, preparando-se para
uma eventual incursão no país.
Os turcos visam bases em
território iraquiano de separatistas curdos que agem na Turquia. O governo do país não autorizou a ação militar porque os
americanos pressionam por
uma solução não militarizada
do problema -um conflito no
norte do Iraque oporia dois
aliados dos EUA, o Exército
turco e os curdos iraquianos.
Com agências internacionais
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